sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Lô Borges

Salomão Borges Filho (Belo Horizonte MG 1952). Compositor, violonista, cantor e guitarrista. É o sexto dos 11 irmãos, alguns deles artistas. Até os 10 anos, mora no bairro de Santa Tereza, na capital mineira. Depois, a família se muda para o Edifício Levy, no centro da cidade. A mudança é importante para a trajetória dele e do irmão Márcio, pois ali, em meio a outros jovens e ambiente boêmio, começam a desenvolver o interesse pela música. Lô aprende a tocar violão e, mais tarde, entusiasmado pelos Beatles, organiza com o irmão Yé (Marcos), Beto Guedes e Márcio Aquino o conjunto The Beavers, que faz relativo sucesso em Belo Horizonte tocando músicas do conjunto inglês.

Nessa época faz amizade com Milton Nascimento, jovem cantor recém-chegado de Três Pontas, pequena cidade do sul de Minas Gerais, e com ele inicia uma produtiva parceria. É quando a residência dos Borges se torna núcleo de reunião de jovens músicos locais, dando origem ao movimento mineiro conhecido como Clube da Esquina. Influenciado pelos Beatles, rock, bossa nova, Jovem Guarda e pela nascente MPB, Lô começa a compor aos 16 anos. Milton Nascimento o convence a mostrar suas criações e grava três delas no disco Milton, de 1970: Para Lennon e McCartney (com Márcio Borges e Fernando Brant), Clube da Esquina (com Milton Nascimento e Márcio Borges) e Alunar (com Márcio Borges).

Apesar da resistência dos pais, em 1971, a convite de Milton Nascimento, Lô muda-se com Beto Guedes para o Rio de Janeiro e começa a gravar Clube da Esquina, um LP duplo assinado por ambos. Depois disso, viaja pelo Brasil e alterna participação em gravações e lançamentos de discos com vivência em comunidades hippies. Pela gravadora EMI-Odeon, grava seu primeiro LP, Lô Borges (mais conhecido como "disco do tênis", em referência à foto da capa), em 1972. Participa da gravação de Clube da Esquina 2, em 1978, e produzo segundo disco, A Via Láctea, em 1979. Em 1980, integra o projeto familiar Os Borges, em que reúne os pais e todos os irmãos. Um ano depois lança Nuvem Cigana, seguido de Sonho Real, 1984, e Solo, ao vivo, em 1987.

Após nova ausência, retorna às gravações em 1996, com Meu Filme, e mantém ritmo produtivo na década seguinte. Realiza diversas excursões no país e no exterior e grava os discos Feira Moderna (2001), Um Dia e Meio (2003), BHanda (2006), Intimidade (2008) e Harmonia (2009). E inicia parceria com músicos da nova geração como Samuel Rosa, da banda mineira Skank (Dois Rios, 2003, e A Última Guerra, 2004)  e Arnaldo Antunes (Um Dia e Meio).



Comentário Crítico
A trajetória artística de Lô Borges se confunde com o movimento musical mineiro conhecido como Clube da Esquina, que por sua vez é tributário da evolução da carreira de Milton Nascimento. Portanto, eles não podem ser dissociados, sobretudo na fase entre o fim dos anos 1960 e início da década de 1970. Embora muito jovem, como a maioria dos músicos participantes, Lô Borges é um dos protagonistas do movimento e colabora de modo destacado no estabelecimento de seus caminhos e alternativas. Além de composições, ele contribui como instrumentista, tocando guitarra, violão e piano na gravação dos discos de Milton Nascimento.

As influências musicais e culturais presentes no Clube da Esquina e na carreira do compositor são bem variadas. De algum modo, elas revelam a dinâmica dos movimentos culturais da juventude, que procura, do ponto de vista musical, experiências diferentes. Em primeiro lugar, a presença do rock em suas variantes é muito evidente. Desde a influência dos vocais e guitarras dos Beatles, referência no início de carreira, passando pelas formas do rock mais experimental e progressivo, no uso permanente de guitarras distorcidas e riffs, por exemplo. E também suas composições apresentam forte conteúdo relacionado a novidades e sofisticações da bossa nova e MPB em expansão no período.

A partir dos anos 1970 aparece o nítido interesse pelo jazz em suas formulações mais puras e nos diálogos com o rock. Por fim, as tradições musicais regionais mineiras se apresentam na obra do Clube da Esquina e, consequentemente, de Lô Borges. Algumas dessas características podem ser identificadas nas primeiras composições gravadas por Milton Nascimento, no LP Milton, de 1970. Em Para Lennon e McCartney (Márcio Borges, Lô Borges e Fernando Brant), as referências vão além do título e são percebidas na força da dinâmica da canção, no uso das guitarras distorcidas, no baixo acentuado e no teclado. De outro lado, Clube da Esquina (Márcio Borges, Lô Borges e Milton Nascimento) vincula-se às mais profundas tradições cancionistas nacionais e apresenta extraordinária força melódica revelada na voz de Milton e no arranjo vocal, tornando-se uma das mais belas produções do período. Já Alunar (Márcio Borges e Lô Borges) é uma singela canção que arrisca algumas experimentações.

A maturidade de sua produção chega rapidamente com a gravação do LP duplo Clube da Esquina, em1972. Das 21 canções no disco, ele participa em oito, sendo que várias delas se tornam referência no LP e clássicos da música brasileira, tais como Tudo que Você Podia Ser (Márcio Borges e Lô Borges), O Trem Azul (Lô Borges e Ronaldo Bastos), Um Girassol da Cor de Seu Cabelo (Márcio Borges e Lô Borges), Paisagem na Janela (Lô Borges e Fernando Brant). As fusões que se revelam nesse conjunto criativo de algum modo podem ser também identificadas em Nuvem Cigana (Lô Borges e Ronaldo Bastos), com apelo regional; Trem de Doido (Márcio Borges e Lô Borges), fortemente marcado pelo rock; e nos experimentalismos instrumentais de Estrelas (Márcio Borges e Lô Borges) e Clube da Esquina 2 (Lô - Borges e Milton Nascimento).

No LP Lô Borges, de 1972, ele procura dar continuidade de maneira mais independente à carreira e à produção musical, até então muito vinculadas ao Clube da Esquina e a Milton Nascimento. São 15 composições, geralmente curtas e a maioria criada individualmente. Apenas seis delas são parcerias e a maior parte feita com o irmão Márcio. O rock logo na abertura aparentemente dá o tom geral, mas também é um disco em que as baladas e as referências ao cancioneiro popular e ao regionalismo mineiro estão presentes assim como um pano de fundo jazzístico. O tom melódico é melancólico e triste, acentuado pelas letras reflexivas.

O compositor retorna às gravações em 1978, com passagem residual no LP Clube da Esquina 2, de Milton Nascimento. Diferente do disco da primeira edição, ele participa sem muito destaque, apenas com duas canções: Ruas da Cidade (Márcio Borges e Lô Borges) e Pão e Água (Márcio Borges, Roger Mota e Lô Borges). Aliás, embora os mineiros do Clube da Esquina mantenham nessa fase grande presença nos LPs de Milton Nascimento, Lô não participa de Milagre dos Peixes (1973), Minas (1974) e Geraes (1976), revelando período de reclusão. Ele somente grava seu segundo disco solo, A Via Láctea, em 1979. A maioria das canções é composta com o irmão Márcio e procura preservar o plano dos diálogos e fusões de gêneros, mas sem a força criativa e a inovação anteriores.

Nos anos 1980, Lô mantém fase produtiva e criativa com a gravação de vários discos como Os Borges (1980), Nuvem Cigana (1982), Sonho Real (1984) e Solo (1987), consolidando-se no mercado fonográfico e como autor. Nessa década torna-se uma das referências para alguns dos diversos grupos pop que surgem. Nos anos 1990 vive novamente fase de afastamento, gravando apenas um disco, Meu Filme, em1996. Retorna no início do século XXI realizando diversos shows e gravando quatro discos.

Embora a riqueza da produção de Lô Borges seja desigual, o conjunto de sua obra, sobretudo na fase inicial, torna-se marco definitivo da música popular na segunda metade do século XX. Nessa trajetória, tem com Milton Nascimento, Fernando Brant, Ronaldo Bastos e Márcio Borges as parcerias mais constantes. Com Nando Reis e Samuel Rosa, compõe Dois Rios (2003), com Tom Zé, Açúcar Sugar (2003), com Arnaldo Antunes, Por que Não? (2003). Suas composições são gravadas por vários intérpretes como Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (1972), por Ira, Skank e Tita Lima; O Trem Azul (1972), por Elis Regina e Tom Jobim; Paisagem da Janela (1972), por Elba Ramalho; Para Lennon e McCartney (1970), por Zimbo Trio e Simone. Esse grupo revela a importância de suas obras na moderna música popular brasileira.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Paulinho Pedra Azul

Paulinho Pedra Azul (nome artístico de Paulo Hugo Morais Sobrinho; Pedra Azul, 3 de agosto de 1954 é um cantor, poeta, artista plástico e compositor brasileiro.
Nasceu na cidade de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Além de músico, também é autor de 200 telas a óleo e acrílico e de 15 livros.

Sua carreira artística teve início por volta dos 13 anos de idade, inicialmente com as artes plásticas. Enveredando pela música participou de um conjunto chamado “The Giants”, em que trabalhou com Rogério Braga, Mauro Mendes, Marivaldo Chaves, Salvador, Edmar Moreira e André, interpretando canções dos Beatles, The Fevers, Os Incríveis, Erasmo e Roberto Carlos, dentre outros.

A partir do final dos anos 1960 participou de festivais regionais de música e de poesia, tendo realizado inúmeros shows em cidades do interior de Minas Gerais. Nos anos 70, mudou-se para São Paulo onde morou por dez anos, período no qual trabalhou com o cantor, humorista e ator Saulo Laranjeira, também oriundo de Pedra Azul. Retornou depois para Minas, se fixando em Belo Horizonte onde até hoje reside.

Durante o tempo em que viveu em São Paulo gravou seus três primeiros discos. O LP de estreia fez grande sucesso com a canção que lhe dá o título: "Jardim da Fantasia", popularmente conhecida como "Bem-te-vi".

Com um estilo que varia do romântico à MPB, fortemente influenciada pelo Clube da Esquina, e com algumas composições de chorinhos, Paulinho Pedra Azul tem 21 discos gravados, a maioria deles independentes, tendo vendido cerca de 500 mil exemplares de toda a sua obra. É também autor de 200 telas a óleo e acrílico e de 15 livros, dentre eles “Delírio Habanero - Pequeno Diário em Cuba”, escrito durante visita à ilha de Fidel Castro.

Apesar de não ser um constante frequentador da mídia de massa, Paulinho Pedra Azul consegue ser conhecido por um segmento específico que envolve principalmente universitários. Pesquisa feita pela AMAR (Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes), o destacou como o segundo cantor mais conhecido de Minas Gerais, perdendo apenas para Milton Nascimento.

A sua canção mais conhecida é "Jardim da Fantasia", que, segundo o próprio Paulinho, à apelidada de Bem-te-vi. A música teria sido feita para uma noiva falecida do compositor, mas ele nega isto.

Marcio Borges

Márcio Hilton Fragoso Borges nasceu em Belo Horizonte (MG), no dia 31 de janeiro de 1946.
Seu pai, Salomão Magalhães Borges, é jornalista autodidata, e sua mãe, Maria Fragoso Borges, professora primária.
Nasceu em uma família bastante musical – seu pai tocava um pouco de violão e sua mãe cantava em corais e tocava piano.
Segundo filho de uma turma de 11 – muitos deles também envolvidos com a música -, considera a grande influência de sua vida seu irmão mais velho, Marilton Borges.
A infância em Santa Tereza foi marcada por problemas de saúde.
Nessa época, iniciou-se na literatura e começou a escrever, o que mais tarde culminaria em sua carreira de letrista.
Na adolescência, mudou-se para o Edifício Levy, no Centro de Belo Horizonte, e então conheceu os vizinhos Wagner Tiso e Milton Nascimento, que se tornou seu grande amigo e parceiro musical.
Márcio é autor da letra de “Clube da Esquina”, sua primeira parceria com o irmão Lô.
Posteriormente, essa canção daria nome aos dois discos e ao movimento Clube da Esquina, de cujo núcleo formador Márcio é um dos pilares e principais letristas.
Em 1996, escreveu o livro “Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”.
Atualmente reside na cidade de Belo Horizonte e dedica-se à direção do Museu Clube da Esquina, do qual é idealizador.

Tavito

Tavito, nome artístico de Luís Otávio de Melo Carvalho (Belo Horizonte, 26 de janeiro de 1948) é um músico e compositor brasileiro. Algumas canções compostas por Tavito tornaram-se grandes sucessos, como "Rua Ramalhete" (com Ney Azambuja) e "Casa no Campo" (com Zé Rodrix).
Tavito ganhou seu primeiro violão aos 13 anos. Autodidata, começou a participar de serenatas e festas. Foi companheiro de geração de Milton Nascimento e de outros músicos mineiros, tais como Toninho Horta, Tavinho Moura e Nelson Angelo. Em 1965 conheceu Vinícius de Morais, que apreciou o estilo de Tavito e o convidou a participar de suas apresentações na capital mineira. Mais tarde, participou do conjunto Som Imaginário e no final da década de 1970 seguiu carreira solo. Produziu discos de alguns artistas (Marcos Valle, Renato Teixeira, Selma Reis e Sá & Guarabyra).
Ficou sem realizar espetáculos entre 1992 e 2004, época em que se dedicou às composições, aos arranjos e à publicidade.
 Atualmente, Tavito está na ativa nas duas áreas. Seu mais recente trabalho é o CD 'Mineiro', em que mostra sua verve eclética e multifacetada, com parceiros novos e também com os consagrados.
Discografia
Som Imaginário
Som Imaginário - 1970 EMI LP, CD
Solo
Tavito - 1980 - CBS LP, CD
Tavito 2 - 1982 - CBS LP
Número 3 - 1983 - CBS LP
Simpatia/Água e luz - 1984 - CBS (Compacto simples)
Tudo - 2009 - Tratore CD E LP PROMOCIONAL
Mineiro - 2014 - CD

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O Terço

O Terço foi um grupo musical brasileiro formado no Rio de Janeiro em 1968 por Jorge Amiden (baixo), Sérgio Hinds (guitarra) e Vinícius Cantuária (bateria).

Segundo Sérgio Hinds, a palavra terço foi escolhida como nome da banda porque é uma medida fracionária que corresponde a três ou a "terça parte de alguma coisa", como num rosário. O Terço caiu como uma luva devido a primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra, baixo, bateria). Inicialmente, o nome escolhido tinha sido "Santíssima Trindade", mas para evitar atritos com a Igreja Católica, foi adotado "O Terço".

Nos primeiros trabalhos misturando rock tradicional com música clássica e psicodelismo, além de vocais bem elaborados, o grupo colecionou vitórias em festivais de músicas: 1º lugar no "Festival de Juiz de Fora" com "Velhas Histórias", de Renato Corrêa e Guarabyra e 3º de 4º lugares em duas edições do "Festival Internacional da Canção" (FIC), respectivamente com "Tributo ao Sorriso" e "O Visitante".

Depois do primeiro disco, se tornou um quarteto, incorporando Cesar de Mercês como baixista. Pouco tempo depois Amiden deixa o grupo, que volta a se tornar um trio. Mas a fase de maior repercussão foi aquela em que estiveram na banda Luiz Moreno (bateria), Sérgio Magrão (baixo) e Flávio Venturini (teclados e viola), estes dois últimos futuros criadores do grupo mineiro 14 Bis, de grande repercussão nos anos 80.

Além dos componentes efetivos da banda, participaram dos seus trabalhos, como músicos ou como compositores, diversos artistas que futuramente se tornariam famosos: Sá & Guarabyra, Márcio Borges e Murilo Antunes (mais conhecidos como parceiros de Milton Nascimento e de toda a turma do Clube da Esquina em diversas composições).

Apesar de ter sido desativado após 1978, o grupo se reuniu periodicamente, com formações diversas, para a gravação de novos trabalhos. De um modo geral sua obra fez e faz mais sucesso no exterior do que no próprio Brasil.

Som Imaginário

Um grupo mineiro, que fazia rock progressivo e acompanhava Milton Nascimento. Esse seria um resumo bem rápido e incompleto do Som Imaginário, banda que durou apenas três discos de altíssima qualidade e que deixou uma imensa marca na música brasileira. Apesar da pouca produção e tempo de vida, o Som Imaginário é um desses clássicos que poucos se lembram, mas muitos adoram.
A história da banda começou ainda na década de 60, no Rio de Janeiro, quando Wagner Tiso e Milton Nascimento integravam o grupo W Boys, já que quase todos os integrantes tinham a letra "W", no nome. Por causa disso, o então baixista Milton Nascimento virou Wilton Nascimento. Na luta da noite carioca, fizeram amizade com o baterista Robertinho Silva e o baixista Luiz Alves. Os três músicos resolveram que seriam banda de apoio de Milton, que já começava a carreira de cantor.

Em seguida, dois outros músicos foram incorporados, o guitarrista Frederyko e o percussionista Laudir de Oliveira, que pouco tempo ficou. Além dos dois, entraram também o organista Zé Rodrix e o guitarrista Tavito.

Juntos, estrearam o show "Milton Nascimento, ah, e o Som Imaginário", primeiro no Teatro Opinião e depois, no Teatro da Praia, ambos no Rio de Janeiro. Eles também tinham, ainda, as presenças de Nivaldo Ornelas, no sax e Toninho Horta, na guitarra. Foi mais ou menos essa época, que Laudir saiu, entrando em seu lugar - ainda que não de maneira fixa - um percussionista que ganharia fama mundial: Naná Vasconcelos. Quando o espetáculo foi para São Paulo (Teatro Gazeta), Naná não estava mais presente.
O grupo logo chama a atenção da gravadora Odeon, que assina com o grupo. Músicos inteligentes, talentosos e antenados, o Som Imaginário exige liberdade de criação dentro do estúdio, o que é aceito pela gravadora. Em 1970 lançam o primeiro LP, Som Imaginário.

O primeiro disco mostra um som pouco ouvido pelo Brasil. Com temas bem trabalhados, faixas maravilhosamente tocadas e um tema de Milton Nascimento - que ainda cantou, mesmo sem ser creditado, o primeiro LP mostrava uma banda com ouvidos atentos ao que vinha do exterior. A banda trazia alguns convidados, como o guitarrista mineiro Marco Antônio Araújo, na faixa "Nepal". Marco, inclusive, dividia um apartamento com Tavito e Zé Rodrix, chamado de "Família Matadouro", já que o local vivia lotado de garotas.
No ano seguinte, lançam o segundo LP, igualmente batizado Som Imaginário, e acompanham Gal Costa, em show do Teatro Opinião, com Naná, novamente, na percussão.

O segundo disco era igualmente brilhante, com Frederyko assumindo a liderança do grupo, que já não contava com Zé Rodrix, que saíra para formar o trio Sá, Rodrix e Guarabyra.
Participam do filme Nova estrela, em 1971, e também de um programa da TV Globo, Som Livre Exportação, além de vários shows alternativos pelo Brasil afora, sendo o mais famoso o Festival de Guarapari, que entraria para a história como o "Woodstock brasileiro".
Em 1973, lançam o último LP, o histórico Matança do Porco, instrumental, com quase todos os temas assinados por Wagner Tiso, além de participação de Milton.
Matança do Porco é considerado o disco mais progressivo da curta carreira da banda e o mais belo. A faixa-título havia sido escrita para o filme Os deuses e os mortos, de Ruy Guerra.
O grupo ainda participou do espetáculo "Milagre dos peixes", que resultaria em um álbum e pode ser considerado o último disco do Som.

Wagner Tiso

Wagner Tiso Veiga (Três Pontas MG 1945). Pianista, compositor, arranjador, regente. Filho de Francisco Ribeiro Veiga, bancário, e Walda Tiso Veiga, professora de piano, Wagner é o segundo dos cinco filhos do casal. Em família de músicos, aprende a tocar acordeão ainda criança. Aos 11 anos participa de grupo musical da cidade, no qual um dos cantores é Milton Nascimento, que se torna seu amigo.

A família muda-se para Alfenas, Minas Gerais, para dar condições de estudo aos filhos. Nessa cidade, inspirado no conjunto The Platters, Tiso organiza o grupo W's Boys, cujo crooner é Milton Nascimento. Entre 1958 e 1961, o conjunto toca em bailes na região com repertório composto de músicas norte-americana, brasileira e boleros. Vai para Belo Horizonte para se dedicar profissionalmente à música. Monta o conjunto Holiday, com o amigo Milton e seu irmão mais velho, Gileno, e grava o primeiro compacto duplo. Logo em seguida, eles criam o Berimbau Trio, com Paulinho Braga. Depois formam com Marilton Borges o conjunto Evolussamba. Os ensaios ocorrem no apartamento da família de Lô Borges, iniciando o movimento Clube da Esquina. Tiso participa ainda das gravações do grupo Sambacana.

Em 1964, vai morar no Rio de Janeiro. Faz parte de vários conjuntos, entre eles o de Paulo Moura, com quem estuda teoria musical e orquestração, de 1965 a 1967. Produz arranjos e toca com Maysa, Cauby Peixoto, Marcos Valle, Ivon Curi e participa do 4º Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, em 1968, com a canção O Viandante, parceria com o baixista Novelli, defendida por Taiguara. Faz com Nascimento a trilha do filme Os Deuses e os Mortos, 1970, de Ruy Guerra.

Na década de 1970 lidera o grupo Som Imaginário e grava. Grava três LPs: Som Imaginário I (1970), Som Imaginário II (1971) e Matança do Porco (1973), marcos da música instrumental brasileira. Continua a carreira de arranjador e instrumentista e mantém colaboração com Nascimento. Participa ativamente de seus discos como arranjador e compositor, desempenhando papel central nos LPs Clube da Esquina (1972), Milagre dos Peixes (1973), Ao Vivo (1974), Native Dancer (1975) e Minas (1975). No fim da década muda-se para Los Angeles e ao retornar inicia carreira solo. Grava seu primeiro LP solo, Wagner Tiso, em 1978, e depois Assim Seja, em 1979. Compõe trilhas para cinema (entre vários filmes, Jango, Inocência, Chico Rei), teatro (em Poema Sujo) e TV (minissérie Primo Basílio, TV Globo).

Nos anos 1980, faz shows pelo Brasil e apresenta-se com regularidade no exterior. Grava nove discos. Em 1984, sua composição Coração de Estudante, com letra de Nascimento, torna-se música-tema do movimento político das Diretas Já. Originalmente gravada como tema instrumental do filme Jango, do cineasta Silvio Tendler, ganha o Kikito de melhor trilha do Festival de Gramado. Nos anos 1990, além de sete discos lançados e o trabalho como arranjador e instrumentista, compõe a trilha do filme A Ostra e o Vento (1997), de Walter Lima Jr. Para esse mesmo diretor faz, em 2008, a trilha de Os Desafinados e, no ano seguinte, a trilha de Duas Mulheres, de João Mário Grilo. Em 2002, produz os arranjos do disco em homenagem a Humberto Teixeira, O Doutor do Baião, lançado pela gravadora Biscoito Fino. Em comemoração dos seus 60 anos, lança pela Universal Music O Som Imaginário, caixa com DVD e 2 CDs, gravados na apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com a participação de Gal Costa, Milton Nascimento e Cauby Peixoto. Em 2009, lança o disco Samba e Jazz.

Comentário crítico

A trajetória artística de Wagner Tiso somente pode ser compreendida em sua tripla condição de compositor, instrumentista e arranjador. Em cada uma dessas áreas distintas, o artista realiza obra importante que deve ser abordada de maneira independente, mas complementar. Como compositor, ele se movimenta com tranquilidade pelo universo da música popular e erudita, reforçando uma característica bastante peculiar da cultura musical brasileira, cuja tradição se inicia pelo menos no século XIX. Ainda nesse sentido, não se limita a alguns gêneros, transitando com desenvoltura pela música internacional, a latino-americana, a regional, a bossa nova, o rock e o jazz. Essa variedade permite que ele se apresente em diversos espaços de sociabilidade musical: na indústria fonográfica, televisão, festivais, teatro, cinema e dança.

É preciso considerar que essa rica trajetória é construída com base em circunstâncias muito peculiares da história cultural do Brasil e de Minas Gerais. O início da vida profissional se manifesta desde cedo como instrumentista nos conjuntos de bailes, no sul de Minas, em que o repertório é obrigatoriamente variado e internacional: canções norte-americanas, boleros e músicas brasileiras. A importância desse período formativo e a variedade de gêneros estão representadas no disco Crooner, de 1999, de Nascimento, cuja direção musical, arranjos e orquestração são de Tiso.

A identificação e a trajetória musical dos dois artistas mineiros confundem-se com a amizade surgida entre ambos ainda na infância. Eles saem do sul de Minas para Belo Horizonte, onde desempenham ação determinante na formulação do movimento Clube da Esquina. Musicalmente se unem a partir do Grupo Som Imaginário. Essa relação se manifesta e se aprofunda no primeiro disco de Nascimento, o compacto Barulho de Trem, em que duas das quatro canções são composições de Tiso, Aconteceu (com Nascimento) e Férias. Ele retorna a esse papel central como instrumentista e arranjador do disco Milton, de 1970, liderando o Som Imaginário. Em Clube da Esquina I, 1972, é o principal orquestrador e tecladista. Também é responsável pelos arranjos dos discos seguintes Milagre dos Peixes (1973), Ao Vivo (1974) e Minas (1975).

A partir da segunda metade da década, suas contribuições com Milton e o pessoal do Clube da Esquina permanecem, mas de maneira diluída em razão da expansão de sua carreira individual. Após viagem de estudos e experiência nos Estados Unidos, suas atividades como arranjador e orquestrador se multiplicam e o acompanham por toda a carreira, tornando-se importante e requisitado diretor musical.

Como compositor sua obra começa a aparecer nos discos do conjunto Som Imaginário, criado e liderado por ele, formado por Zé Rodrix, Tavito, Frederyko (Fredera), Luiz Alves, Robertinho Silva, Laudir de Oliveira, Naná Vasconcelos, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Noveli e Paulo Braga. São gravados três discos: Som Imaginário I, 1970, Som Imaginário II, 1971, e Matança do Porco, 1973, mas é neste que suas composições surgem com destaque. O conjunto realiza uma série de experiências musicais inusitadas para o período, com a mistura de rock progressivo, jazz e música brasileira. No fim da década de 1970, grava seus dois primeiros discos solo, Wagner Tiso (1978) e Assim Seja (1979), ganhando autonomia em relação ao Clube da Esquina e a Milton Nascimento. Nesses dois LPs começa a desenvolver uma sonoridade muito própria que marca sua trajetória: a fusão da música popular brasileira com a música instrumental, o jazz e a música erudita.

Além de discos solos, faz discos em dueto com César Camargo Mariano, em 1983, Nana Caymmi, 1989, Eugênia Mello e Castro, 1988, João Carlos Assis Brasil e Ney Matogrosso, 1989, Paulo Moura, 1996, Zé Renato, 2002, Tavinho Moura e Victor Biglione, em 2004. Esses discos são marcados pela forte presença de certa tradição da música popular (como na regravação de canções de Sinhô, Ataulfo Alves e Ari Barroso), e da evidente influência da bossa nova, sobretudo de Tom Jobim. No entanto, essas características não delimitam todo o alcance da obra de Tiso. Baobab, de 1990, por exemplo, busca inspiração em raízes musicais ibéricas e africanas. Além disso, há a escuta jazzística, presente desde o início de sua carreira e que lhe permite frequentar vários festivais de jazz e música internacional e colaborar com músicos como Wayne Shorter e Herbie Hancock. Essa face retorna de modo claro em Tocar - A Poética do Som, disco de 2004, gravado em parceria com o guitarrista Victor Biglione.

Como se percebe, trata-se de uma obra em que as fronteiras musicais se diluem a todo momento. Sua formação diversificada e ao mesmo tempo especializada também está presente, desde os arranjos até o virtuosismo instrumental. Muitas vezes suas composições e arranjos se aproximam bastante da linguagem villa-lobiana. No ano 2000, ele grava disco em que explicita essa relação Tom Jobim-Villa Lobos. Antes desse disco grava outro em que revela seu interesse pelos impressionistas como Debussy e Fauré, Debussy e Fauré Encontram Milton e Tiso.

A música Coração de Estudante, com letra de Milton, que se torna música-tema do movimento político das Diretas Já em 1984, é tema instrumental composto para o documentário Jango, do cineasta Silvio Tendler. Essa música aparece nos momentos mais dramáticos do filme, no enterro de Getúlio Vargas, na partida para o exílio e no enterro do Jango Goulart. O cinema é outro aspecto marcante do trabalho de Wagner Tiso, ele compõe trilhas sonoras de longas-metragens, produzidos no Brasil, Paraguai e Portugal, como Inocência, 1981, Chico Rei, 1984, e A Ostra e o Vento, 1997, todos de Walter Lima Júnior; Besame Mucho, 1986, de Francisco Ramalho Júnior; O Grande Mentecapto, 1988, e Tiradentes, 1998, de Oswaldo Caldeira; O Guarani, 1995, de Norma Bengell; Jango, 1984, de Silvio Tendler, entre outros. Compõe também para a TV (Dona Beija, telenovela; O Primo Basílio e O Sorriso do Lagarto, minisséries), peças de teatro (como O Livro de Jó, 1993, e Peer Gynt, 1994) e espetáculos de dança.

Toninho Horta

Toninho Horta nasceu em Belo Horizonte, em dezembro de 48. Sua mãe, Dona Geralda, crescera no interior de Minas, acompanhando o pai João Horta, que além de funcionário público da Central do Brasil e um grande maestro. Com a influência direta dele, ela começou também a tocar, e dedicou-se ao Bandolim.

Em novas andanças do maestro João Horta, firmaram residência em Pirapora, onde Geralda veio a conhecer o futuro pai de Toninho, Sr. Prudente de Melo, fazendeiro e também afeito à música, em especial ao violão.

O namoro não tardou e a nova família instalou-se em fazenda no norte de Minas. O nascimento de Paulo foi
o primeiro de uma seqüência de seis partos. A grande família ficou assim: Prudente, Geralda, Paulo, Letícia, Gilda, Berenice, Antônio e Marilena.

No final dos anos 30, a família resolveu então mudar-se para Belo Horizonte, em busca de melhor educação para os filhos. Com a chegada à capital, a influência musical, já fortalecida pelas duas gerações de músicos
da família, tomou novos rumos e proporções.

Paulo já tinha trilhado suas primeiras experiências, e as novas influências fizeram com que sua opção pela música profissional crescesse naturalmente.

Em pouco tempo, Paulo Horta já estava envolvido no movimento dos músicos de BH, freqüentando o Ponto dos Músicos e trabalhando em bailes da cidade.

Com o amadurecimento musical vieram as novas influências, e a entrada do Jazz no repertório de Paulo ainda uma criança que, nesta época, se interessava mais pelas brincadeiras de rua e pela infância do que pelo fazer música.

Com a bagagem de família e o exemplo do irmão mais velho, os outros filhos também desenvolveram suas habilidades musicais. Entre eles, Toninho se mostrava particularmente tocado pela Música.

Sua mãe conta de certa vez quando, ainda aos 3 anos, o bebê Toninho escutou uma música de Debussy (Claire de Lune) na radiola e se emocionou surpreendentemente.

Aos dez anos, Toninho já dava seus passos iniciais no violão. Começava aí sua trajetória musical. Sua habilidade com o instrumento já se sobressaía em casa. Começava também a acompanhar o irmão nos ensaios e apresentações, além de escutar os diversos discos que naquela época influenciavam o irmão e seus amigos músicos.

Aos poucos, a intimidade entre Toninho e seu violão amarelo Del Vecchio aumentava. Toninho já tocava algumas músicas, ensaiava as primeiras composições. Seu interesse pela música sobrepujava sua atenção com a escola.

Com a participação do irmão em um clube de jazz, ao lado de Nivaldo Ornellas, Hélvius Villela e Paschoal Meirelles, Toninho se sentia cada vez mais fascinado pela música.

A Boate Berimbau, como era chamada, já fazia parte de sua vida, e sua atenção para com os ensaios e apresentações do irmão era quase total.

Nessa época inclusive, Toninho, aos 14 anos, teve uma música sua gravada pelo Conjunto de Aécio Flávio – Flor que cheira a saudade, sua terceira composição.

Também nesta época, Toninho foi apresentado por seu irmão a um garoto que segundo diziam era uma “fera”. Seu nome: “Bituca”. Naquele momento, Milton tocava baixo e cantava com o conjunto de Marilton Borges.

Algumas mudanças forçosas o levaram então para o Colégio Estadual. Com o ambiente cultural favorável que lá existia, começou a se relacionar mais com os jovens de sua idade que demonstravam interesse pelas artes e pela música e que, como ele, se espelhavam nos músicos e artistas mais velhos.

Foi o primeiro contato do jovem Toninho com alguns dos músicos e amigos que posteriormente fariam parte do Clube da Esquina: Fernando Brant, Márcio Borges, Nélson Ângelo, Murilo Antunes.

Pouco tempo depois, Toninho começou a tocar em bailes e formaturas acompanhando o irmão no “Conjunto de Aécio Flávio”, e pela primeira vez substituiu o Violão pela Guitarra.

Com uma maior experiência e no espírito da descoberta de novas e variadas influências, começaram a aparecer as primeiras composições mais elaboradas e as primeiras parcerias, inclusive com Márcio Borges.

Neste mesmo período, e a reboque de sua paixão pela música, Toninho decidiu estudar Teoria Musical em Belo Horizonte.

Em pouco tempo, surgiria a possibilidade concreta de participar com as diversas músicas feitas nesta época em festivais espalhados pelo Brasil afora.

Lá se foram então aqueles desconhecidos jovens para o mundo surpreendente e deslumbrante do show business. No Festival Internacional da Canção Popular de 1967, realizado no Rio de Janeiro, Toninho inscreveu 2 músicas, sendo uma parceria com Márcio Borges (Nem é carnaval) e outra com sua prima Júnia Horta (Maria Madrugada).

Milton, por sua vez, participou com 3 músicas, inscritas sem seu consentimento por Agostinho dos Santos: Morro Velho e Maria Minha Fé (de sua autoria) e Travessia (com Fernando Brant).

Já em 69, Toninho e Márcio inscreveram mais uma música: Correntes.

Naquele tempo, os festivais eram a porta de entrada para o mundo da música profissional e o acesso aos restritos espaços onde as gravadoras buscavam novos talentos. E com aqueles garotos não seria diferente.

A repercussão em torno de “Travessia” (2ª. Colocada no festival de 67) e das outras músicas dos jovens mineiros, além da qualidade artística surpreendente de Milton, determinariam o início de um processo que 05 anos mais tarde culminaria com a gravação do Clube da Esquina 1.

A amizade entre os músicos da velha geração (Marilton Borges e Paulo Horta) e os da nova (Toninho, Márcio e Lô, Fernando, Milton, Beto) e a amizade que surgiu entre eles criou laços definitivos e marcantes para a música que surgia.

Toninho e toda a turma estavam de volta a BH, ainda espantados com a repercussão do festival de 67. A música já tomava o tempo e a atenção de forma definitiva.

Toninho continuou tocando em bares e acompanhando outras bandas, continuou compondo, ampliou as parcerias e iniciou um processo de fornecer canções a outros intérpretes e músicos.

Nesse momento, Beto e Lô também já viviam a música de forma intensa. Os encontros nos bares de Santa Tereza eram freqüentes, com a participação de diversos músicos e compositores, entre eles Toninho, Lô, Beto, Márcio, Fernando. O ambiente de criação e experimentação já estava formado, com as características e as influências específicas de cada um daquele grupo. Toninho trazia a bossa nova e o jazz, Lô e Beto eram responsáveis pela influência mais contemporânea do rock e do progressivo, Márcio e Fernando agregavam a bagagem literária e de cinema, a mineiridade em palavras.

Nessa época Milton já estava em ritmo de gravação. Discos no Brasil e nos EUA (Travessia - 67, Courage - 68, Milton Nascimento – 69, Milton - 70) que revelavam não só o talento daquele grande intérprete mas também a musicalidade e a sonoridade especial daqueles outros jovens de BH.

O repertório dos discos era quase todo composto por parcerias entre Milton, Márcio e Fernando. Foi também neste período (Milton Nascimento – 69) que Milton gravou pela primeira vez uma música de Toninho, em parceria com Fernando Brant – Aqui Ó.

No ano seguinte, (Milton - 70) seria gravada também Durango Kid, outra parceria Toninho-Fernando.

Com o crescente interesse do público por aquelas músicas, Milton iniciou uma série de shows, onde além das músicas passou a incorporar à sua banda os músicos que a produziam.

Surgia "Ah e o Som Imaginário", que durante algum tempo contou com a presença constante de Toninho Horta, além de Wagner Tiso, Nivaldo Ornellas, Novelli, entre outros.

As temporadas de shows abriram um espaço definitivo para os músicos mineiros no RJ e em SP.

Em pouco tempo, Toninho Horta estaria tocando na banda de Elis, convidado por seu grande amigo Nélson Ângelo.

Fariam juntos também no início dos anos 70 a banda “A Tribo”, ao lado de Joyce, Novelli e Naná Vasconcelos.

A partir daí as oportunidades que surgiam eram tantas que não foi possível para Toninho aceitar todas. Num período pequeno, passou a tocar com Milton, Elis, Joyce e A Tribo, Gal Costa, Nana Caymmi, João Bosco, entre outros.

Com tamanha demanda, participou a distância da preparação de “Clube da Esquina 1”, realizada em Mar Azul – Piratininga. Depois, no entanto, participou em diversas faixas da gravação do “Clube 1”, tocando desde guitarra e violão até percussão e bateria.

No ano seguinte, participou também em diversos instrumentos do disco “Lô Borges – disco do tênis”.

Nesse mesmo ano, gravou o “Disco dos 4 – Toninho Horta, Beto Guedes, Danilo Caymmi e Novelli”, onde pode pela primeira vez pode registrar suas próprias músicas em um disco – Meu canário azul e Manuel o Audaz. Toninho já era nessa época, como ele próprio considerava, um músico de estúdio.

Tocava com diversos cantores e intérpretes, gravava discos e fazia turnês. E era sempre convidado a participar de cada novo projeto de Milton. Milagre dos Peixes ao Vivo (74), Minas (76), Raça (76), Geraes (79).

E foi nas gravações de “Raça” nos EUA que surgiu a grande oportunidade para o primeiro disco autoral. Após a gravação do disco, haviam sobrado alguns rolos virgens e horas de estúdio, então Milton propôs a Toninho que aproveitasse aquelas horas para gravar seu primeiro disco.

Toninho convidou então Ronaldo Bastos, que já havia produzido diversos discos de Milton e o próprio
“Geraes”, para a produção de seu primeiro disco.

Surgia o antológico “Terra dos Pássaros”, assim batizado em uma homenagem de Toninho a sua guitarra Gibson, modelo Birdland.

Apesar de iniciado em 76, “Terra dos Pássaros” seria lançado somente em 1980. Nesse meio tempo, Toninho ainda participaria do “Clube da esquina 2” e dos discos de Lô e Beto, João Bosco, Airto Moreira, Edu Lobo, Nana Caymmi, entre outros.

Neste mesmo período, seu trabalho já era reconhecido também fora do Brasil, e ele foi eleito por dois anos consecutivos (77 e 78) entre os Dez maiores guitarristas do Jazz, segundo a publicação inglesa especializada “Melody Maker”.

Após o lançamento de “Terra dos Pássaros”, Toninho lançou rapidamente o seu segundo disco, intitulado
“Toninho Horta”.

Continuava tocando muito, mas não possuía mais a mesma vontade em manter-se naquele ritmo de músico requisitado. Foi quando surgiu a possibilidade de permanecer por algum tempo nos EUA.

A decisão de passar algum tempo fora teria repercussões muito importantes para Toninho Horta e sua música.

Para favorecer sua adaptação à língua, decidiu retornar aos estudos e freqüentou por algum tempo a Juilliard School of Music, de Nova York.

Pode com isso agregar novos conhecimentos à sua maneira especial de fazer música.

Após um pequeno período, tornou-se um instrumentista requisitado por grandes músicos e instrumentistas do Jazz norte-americano.

Tocou com Wayne Shorter, Gary Peacok, Pat Metheny, Manhattan Transfer, Sergio Mendes, Orchestra Gil Evans, George Duke, entre outros.

Com essa mudança de ares, e com a repercussão já alcançada pelos discos do Clube, Toninho passou a ser reconhecido não só como grande instrumentista, mas também como grande músico de jazz, e teve com isso grande impulso na sua carreira internacional.

Começou a realizar com freqüência turnês pela América do Norte, Europa e Ásia. Manteve-se também participando de diversas gravações no Brasil, sempre como músico convidado em discos de Gal Costa, Chico Buarque, Nana Caymmi, Flávio Venturini.

Nas décadas de 80 e 90, Toninho participou de mais de 200 discos de diversos compositores e intérpretes, no Brasil e no exterior.

Além disso, consolidou um maior volume em sua própria produção. Lançou nos anos 80 seis discos (Terra dos Pássaros, Toninho Horta, Diamond Land, Moonstone, Toninho Horta e Flávio Venturini ao vivo no Circo Voador e Planeta Terra -com Marcio Montarroyos, Nivaldo Ornellas e Nelson Ayres).

Nos anos 90 produziu mais 9 discos (Once I loved, Durango Kid, Foot on the Road, Qualquer Canção, Durango Kid 2, Sem você – com Joyce, Serenade, From Tom to Tom, Quadros Modernos – com Chiquito Braga e Juarez Moreira).

Paralelo a essa grande produção, Toninho desenvolveu diversas atividades, entre as quais podemos destacar o 1º. Seminário Brasileiro de Música Instrumental, realizado em Ouro Preto, o espetáculo “A Hora da Estrela”, baseado na obra de Clarice Lispector e interpretado por Maria Betânia com a regência de Toninho Horta, além de diversos shows e apresentações com músicos de renome internacional, entre os quais podemos citar Toots Thielmanns, Bob Mcferrin, Pat Metheny etc.

Toninho Horta está desenvolvendo desde 2000 o projeto “Livrão da Música Brasileira”, que está pesquisando e irá disponibilizar um acervo com mais de 600 partituras. Lançamento programado para meados de 2006.

Lançou recentemente um disco seu em parceria com Felipe Cordeiro, no qual interpreta clássicos do Forró, com participações de Dominguinhos, Elba Ramalho e Fagner, entre outros.

Intitulado “Toninho Horta com o pé no forró”, o disco concorreu em 2005 ao Grammy Latino, na categoria Melhor disco de MPB.

Continua realizando turnês e workshops no Brasil e no exterior, além de receber diversos convites para produzir e/ou acompanhar artistas em discos e shows. Recentemente, produziu para George Benson o último disco do músico norte-americano.

Coordena a 2ª. Edição do Seminário Brasileiro de Música Instrumental, a realizar-se em julho de 2006.

Além disso, continua desenvolvendo o trabalho de sua gravadora, a Minas Records, para a reedição de seus discos e inicia os contatos para seu novo Disco, em que pretende agregar elementos mais modernos, como o Hip Hop e o Eletrônico, ao seu já consagrado “Jazz Mineiro”.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

MINAS EM CONCERTO

O ano era 1988.
Beto Guedes, Lô Borges, Flávio Venturini, Toninho Horta e Wagner Tiso resolvem fazer uma celebração!!
Se juntaram para tocar as músicas do Clube da Esquina a fim de fazer uma série de shows memoráveis no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Com o auxílio luxuoso e fundamental de Neném e Paulinho Carvalho, "Minas em Concerto" foi uma junção de gênios, entregando para suas platéias o que há de melhor na música mineira.
Este show merecia um DVD, CD, LP, cassete, enfim, merecia todos os registros possíveis, o que infelizmente não aconteceu.
Graças à internet, existe o registro deste que se não me engano, foi em São Paulo.
A maestria do pessoal do Clube da Esquina está aí!!

RELAÇÃO DAS MÚSICAS:
Dueto Andante 00:00
Coração de Estudante 02:43
Clube da Esquina nº 1 06:17
Nada Será Como Antes 10:36
Todo Azul do Mar 14:02
Nascente 18:00
Beijo Partido 22:05
Manoel, o Audaz 26:52
Equatorial 31:56
Girassol da Cor do seu Cabelo 34:43
Amor de Índio 38:38
Fé Cega, Faca Amolada 42:32
Paisagem da Janela 47:37
Espanhola 50:42
Para Lennon e McCartney 56:15

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Laura Catarina

Laura Catarina nasceu em Belo Horizonte há 22 anos. Desde os 10 trabalha com música, e atua hoje como cantora e compositora, realizando apresentações autorais desde 2014. Integrou a banda Dom Pepo de 2013 a 2015. Transitando entre universos distintos, já gravou com artistas da capital como Luiz Gabriel Lopes, Hot Appocalypse, Kdu dos Anjos, e com seu pai, Vander Lee, em dois de seus discos.
Laura Catarina é cantora e compositora belorizontina. Desde criança estuda, ama e trabalha com a música. Estudou canto popular na Babaya Casa de canto, com Babaya Morais, canto lírico com Conceição Nicolau e com Daiana Melo no Cefart do Palácio das Artes. Laura é violonista autodidata. Realizou sua primeira apresentação autoral solo na Mostra Cantautores em BH, em 2014. Destacando-se pela sensibilidade vocal, pela forte personalidade, pesquisa e percorre por diversos universos musicais. Foi vocalista da banda Dom Pepo, participou de shows com a banda Iconili, Téo Nicácio, Di Souza, mais recentemente com o bloco Tambor Mineiro e Maurício Tizumba, entre outros artistas da cidade. Já gravou com Luiz Gabriel Lopes, com o happer Hot Appocalypse, com Kdu dos Anjos, e com seu pai Vander Lee. Atualmente, Laura Catarina apresenta shows autorais e integra o grupo musical da Eco Aldeia Serra Sagrada.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Bárbara Barcellos

Natural de Belo Horizonte, a cantora bem que poderia ser uma das moradoras do vilarejo de Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho onde aprendeu a gostar mais de mato do que de asfalto e se encantou com Bituca. “Meu tio tem um sítio lá e me influenciou muito, porque sempre colocava (o vinil) ‘Geraes’ (1976) para tocar quando eu o visitava”, recorda.

Os pais da jovem também têm “culpa no cartório”. Músicos, tocavam na noite e volta e meia escutavam o repertório do Clube da Esquina. “Me apaixonei, por isso me aprofundei (nesse repertório)”.

Carreira
Bárbara iniciou a carreira aos 14 anos. Aos 18, conheceu o violonista Beto Lopes, o primeiro padrinho dela na música. “Fui a um bar no (bairro) Santa Tereza e o vi com o violão numa roda. Fiquei impressionada. Ele tocava músicas que nunca ninguém tinha tocado. Tocamos juntos e naquele dia começamos um duo”, recorda.

A parceria rendeu oportunidades à artista, que acabou se apresentando também com músicos como Toninho Horta, Lô Borges, Beto Guedes e Daniel Jobim. No ano passado, ela lançou uma campanha de financiamento coletivo para a gravação do primeiro disco, “Ubuntu”, com previsão de lançamento para as próximas semanas.

“Meu sonho é tocar em muitos lugares do mundo, mas não necessariamente fazer sucesso. Sou reservada. Só quero continuar fazendo o que faço, viver bem, ter sempre minhas verdades na vida”, Bárbara Barcellos
Ao todo, são 11 faixas, sendo duas autorais – “Serra do Espinhaço”, feita em parceria com Beto Lopes, Gabriel Grossi e Tavinho Moura, e “Ciranda de Maria”, composta com Gabriel Grossi.

“Há algumas canções inéditas, como uma instrumental do Beto Lopes. ‘Chamego no Salão’, de Gabriel Grossi e Gabriel Moura, também nunca havia sido gravada com letra, só instrumental”, explica.

Registrado ao vivo, o álbum contou ainda com a participação de músicos como Vander Lee, falecido em agosto de 2016, na regrava-ção de “A Voz”. Tavinho Moura, Toninho Horta, Jorge Continentino, Thiago Delegado, Bebê Kramer, Wilson Lopes, Márcio Bahia, Aloízio Horta e Christiano Caldas completam o time.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Ladston do Nascimento

Natural de Belo Horizonte, Ladston do Nascimento gravou seu primeiro disco em 1991, o LP Vida, com parcerias e produção de Antonio Martins e arranjos de Zezinho Moura.

O segundo LP, Anjim Barroco, de 1998, com arranjos de Juarez Moreira e Ladston do Nascimento. Deste trabalho, sobressaíram as faixas Manhã, que foi trilha sonora da novela “Serras Azuis”, da Rede Bandeirantes e Baiãozim, que teve um videoclipe dirigido por Éder Santos, veiculado na MTV e que concorreu na categoria “Melhor Clipe do Ano” de 1998/1999.

Em 2000, Anjim Barroco também foi lançado nos Estados Unidos, pela Malandro Records, do produtor americano Rick Warm, com o nome Voice of the Heart (A Voz do Coração), sendo indicado pela revista americana especializada em música Jazztimes, como um dos melhores discos lançados nos Estados Unidos em 2000, sendo distribuído também no Japão e países da Europa.

Entre os anos de 2003 e 2004, lançou Simbora, João!, que contou com a participação especial do cantor e compositor Edu Lobo, além dos músicos Robertinho Silva e Cristóvão Bastos, dentre outros. Numa diversidade de ritmos, este cd autoral do cantor e compositor Ladston do Nascimento teve parcerias nas letras de Antonio Martins e o mais novo parceiro Fernando Brant. Também é de Antonio Martins a produção e os arranjos e a direção musical foram de Juarez Moreira, Rogério Leonel e Ladston do Nascimento. O arranjo coral e rítmicos de base foram de Zezinho Moura e Esdra Neném Ferreira, respectivamente.

Entre os diversos trabalhos na área musical, destaca sua participação como parceiro e intérprete das trilhas sonoras compostas por Marcus Viana para novelas e minisséries. Como parceiro, as trilhas sonoras das novelas “Pantanal” e “Xica da Silva”, ambas da extinta TV Manchete e intérprete das trilhas sonoras das minisséries “A Casa das Sete Mulheres” e “Aquarela do Brasil”, interpretando o “Hino Nacional” e o “Hino dos Expedicionários”, exibidas pela Rede Globo de televisão.

Em sua trajetória artística, vem colecionando prêmios como cantor, compositor, músico instrumental e criador de trilhas sonoras para o teatro, musicando mais de 70 peças, entre elas as premiadas peças “A Prostituta Respeitosa”, “A Comédia dos Sexos”, “Bicho de Lata”, “A Bela e a Fera”, “Gasparzinho”. Em julho de 2009, recebeu o Prêmio SIMPARC de melhor trilha infantil com a peça “Mogli, o Menino Lobo”.

Ladston do Nascimento lança agora em novembro seu mais novo cd “Lugarzim”. Em 20 anos de carreira, ele vem reafirmar que é um autêntico discípulo de um estilo musical que ajudou a transformar o Brasil. Com Antonio Martins mostra neste trabalho, a extraordinária capacidade de renovação da música mineira. Produzido impecavelmente por Jota Souza, torna-se ideal para quem quer ouvir e sentir, no mesmo ambiente, versos ricos de Antonio Martins, Fernando Brant, Tadeu Franco, do próprio Ladston e muitos outros.

Com o repertório destes discos, o cantor tem apresentado-se com muito sucesso em várias cidades brasileiras. Seu show, além de canções dos trabalhos lançados, tem releituras e composições próprias. É acompanhado no palco pelos músicos Carlos Augusto Menezes na bateria e Juliana Serra nos teclados.

Discografia de Ladston do Nascimento:
LP “Vida" (1991) / "Anjim Barroco/A Voz do Coração" (1998) / "Voice of the Heart" (2000)/ "A Voz do Coração (reedição)" (2003)/ "Simbora, João!" (2003/2004) / “Lugarzim” (2011).

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Luiz Guedes

Luiz MacArthur Costa Guedes, ou simplesmente Luiz Guedes (Montes Claros, 21 de Janeiro de 1949 - Montes Claros, 25 de Novembro de 1997) foi um cantor e compositor brasileiro, que deixou sua marca na música pop daquele país.

Entre 1979 e 1984, junto com Thomas Roth, Lulu, como era conhecido, formou uma dupla criativa. Os dois moldaram canções vibrantes como Canção de Verão, Voo Livre (estas duas grandes sucessos do grupo Roupa Nova), Cachoeira (sucesso romântico de Ronnie Von), Nova Estação (com Elis Regina), Como Nunca (com o primo Beto Guedes), Amo Você (com Peninha), Jornal do Planeta, Ela Sabe Demais, Milagre do Amor e muitos outros.

Luiz Guedes nasceu em Montes Claros, em 21 de Janeiro de 1949. Era o caçula do casal Coroliano Fernandes Guedes e Eurídice Costa Guedes e sobrinho de Godofredo Guedes, sendo, naturalmente, primo de Beto Guedes. Lulu cresceu num ambiente musical. Foi ele quem ensinou a Beto os primeiros acordes de violão.

Já adolescente, em Belo Horizonte, convivia com a turma do futuro Clube da Esquina: Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Flávio Venturini e Novelli, uma geração de musicos brilhantes. Lulu resolveu não embarcar nesse "trem azul": veio para São Paulo em 1973, para seguir seu próprio caminho.

Em São Paulo, começou parceria com um outro primo, o letrista Paulo Flexa, então estreante. A dupla não fez muito sucesso, mas assinou grandes composições como Estradas, Clube do Coração e Amoramar.

Em 1978 conheceu o carioca Thomas Roth, dando início a uma vigorosa parceria. Em 1981, lançam o primeiro LP, Extra, pela EMI-Odeon, um pop eficiente e bem elaborado, melodias e harmonias refinadas e vocais bem apurados. Fazem sucesso nas FM's com Milagre do Amor e Estradas.

Jornal do Planeta, lançado pela mesma EMI em 1983, último disco da dupla é produzido com requinte, apresentando arranjos sofisticados e inventivos, e apresenta como grandes sucessos a faixa-título e Ela Sabe Demais. Em 1985, diante do sucesso do rock nacional e da falta de apoio das gravadoras, a dupla resolve se separar. Mas Thomas Roth resolve homenagear o amigo relançando os dois CD's da dupla pela Lua Music.

Em 1994, Lulu descobre um câncer e resolve voltar para Montes Claros, para viver com a esposa Lenita e as duas filhas e, acima de tudo, cuidar dos seus negócios terminar a vida compondo.

Esquecido pela mídia e fulminado pela doença, Luiz Guedes faleceu em 25 de Novembro de 1997.

domingo, 5 de novembro de 2017

Grupo Queluz de Minas

O Grupo Queluz surgiu em 1979, em Conselheiro Lafaiete com o intuito de fazer um show em homenagem a um músico de nossa cidade, João Salgado, que foi professor de 02 integrantes da banda. Ele fazia parte da famí¬lia Salgado que ficou conhecida por fabricar as lendárias, e hoje raras, violas de Queluz. Após o sucesso do evento inicial várias propostas para apresentações foram surgindo e o grupo se apresentou em inúmeras cidades do interior de Minas e em importantes projetos na capital mineira. O grupo foi premiado em dezenas festivais da canção, muito comuns na à época. Em 1981 lançou um compacto duplo e em 1982 o LP ¨Pra Vida¨ todos privilegiando as músicas autorais. Estes discos estão esgotados. Nos anos 90 saiu uma compilação reunindo esses 02 trabalhos em um CD, que também se encontra esgotado. O Queluz era basicamente um grupo acústico-vocal interpretando suas próprias canções. Até hoje, mesmo após sua extinção em 1983 muitos músicos jovens ainda executam, com frequência, suas músicas como ¨Esse Meu Coração¨, ¨Veludo¨ e ¨Poeira¨. O Grupo lançará, em dezembro de 2013, um EP com quatro músicas autorais e inéditas.

Tadeu Franco

Tadeu Franco traz em sua bagagem profissional a gravação de três discos: "Cativante" (Ariola - 1984), "Alma Animal" (independente - 1990) lançado na França pelo Selo Paixão Brasil, e "Orlando" (Velas - 1995).

Participou de diversos programas de televisão dentre os quais destacam-se "Fantástico", "Som Brasil", Especiais de Milton Nascimento (Rede Globo), "Empório Brasileiro" (TV Bandeirantes) e um Especial de Fim de Ano da TV Manchete. Apresentou no CBH- Canal 30 o programa "Tadeu Franco e Cia". "Especial Rede Minas".

Geraldo Tadeu Pereira Franca, filho de Didico de Sousa Franca e de Esmeraldina Rodrigues Franca, funcionários dos Correios e Telégrafos, nasce no dia 19 de agosto de 1957, na cidade de Itaobim, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil.

Aos cinco anos de idade muda para Teófilo Otoni, onde permanece até 1978. Em sua terra de criação, o garoto canta em aniversário de amigos sob protestos do pai que o considera muito moço para tais apresentações.

Aos dez anos ganha um acordeão, mas não toca o instrumento, prefere o violão, que até hoje o acompanha.

Nos programas de calouros da ZYX7, "uma emissora cada vez melhor para um público cada vez maior", encanta o auditório com seu precoce romantismo. Nas serenatas, ao luar sertanez, músicas de Chico Buarque, Caetano Veloso, Edu Lobo, Geraldo Vandré e Gonzaga Júnior.

Em Belo Horizonte estréia no Projeto Fim de Tarde, na Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes. Viaja no "Expresso Melodia", caminhão-palco cujo show é transmitido pela Rádio Inconfidência, emissora que recebe de microfone aberto todo artista de alma bem brasileira. Canta em praça pública, circo, showmício, favela, universidade, bar e curral. Nos ginásios Ibirapuera e Mineirinho.

Nos teatros Francisco Nunes, Marília, Imprensa Oficial, até gravar com Milton Nascimento e Simone, no Estúdio Transamérica, RJ, a música "Comunhão", de Milton e Fernando Brant, no disco "Anima", Ariola. Em 1984 lança o disco "Cativante", com produção e direção de Milton Nascimento, arranjos de Wagner Tiso e Túlio Mourão. Nos festivais de canção em Boa Esperança, Juiz de Fora, Avaré, Lambari, é primeiro lugar e melhor intérprete.

O show lançamento do "Cativante" lota, durante quatro dias, o Teatro Chico Nunes; no Palácio das Artes, o Grande Teatro, em duas apresentações.

Pelo Brasil, canta em cinema, casa paroquial, mercado, feira de exposição agropecuária, pátio de Escola, beira de rio e lagoa. Vai para Carajás, Guanambi, São Luiz do Maranhão, Açailândia, Imperatriz, Porto Alegre, São Paulo, Ponta Grosa, Exu, Salvador, Goiânia, Brasília-DF, Vitória do Espírito Santo, da Conquista e Terezina. Toca em Formiga, Coromandel, Diamantina, Ouro Preto, Sabará, Santa Luzia, Montes Claros, Rodeador, Prados, São João Del Rey e outras cidades mineiras.

Em 1990 lança, no Brasil e na França, o CD "Alma Animal", pelo selo "Paixão Brèsil". No disco, elogiado pela crítica especializada, parcerias com Beto Guedes, Heraldo do Monte e Tomaz Antônio Gonzaga. Lança novos compositores, canta com Toninho Horta e Nélson Ângelo e, mais uma vez, conta com a presença de amigos do "Clube da Esquina", como Nivaldo Ornelas e Fernando Brant.

Em 1995 grava o CD "Orlando", pela Velas. No repertório dezesseis músicas consagradas pelo "Cantor das Multidões", Orlando Silva, respeitosamente interpretadas com emoção renovada por Tadeu Franco.

No dia 04 de fevereiro faz show de lançamento no Palácio das Artes, produzido pela Arte em Cena. Grava nos estúdios da Polygram, Odeon, Bemol e HP. Como autor tem músicas gravadas por Sá e Guarabira, Pena Branca e Xavantinho e Beto Guedes.

Faz vários especiais nas rádios Inconfidência e Alvorada. Apresenta-se duas vezes no programa
"Fantástico", cantando "Comunhão", com Bituca e Simone, em clip considerado um dos mais belos na história do fantástico programa. Grava especiais de fim-de-ano, "Som Brasil", com Rolando Boldrin e Lima Duarte. Defende a música "João Rosa" de Nivaldo Ornelas e Murilo Antunes, no Festival dos Festivais, na Rede Globo de Televisão.

Na Rede Manchete canta com Maria Bethânia a música "Cantiguinha pra Maria" de Tadeu Franco e J. Moreira. Na Band o "Empório Brasileiro" de Boldrin. Na TV Cultura o Especial Rede Minas, o Viola Minha Viola com Inezita Barroso. Na TV a Cabo, Canal 30, CBH, hoje Metrópole, apresenta, durante nove meses, do ano 2000, o Programa Tadeu Franco e Companhia. Agora dedica-se a outros autores brasileiros como Gonzagão, Geraldo Pereira e Tom Jobim.

É casado com Solange Vieira de Faria Franca, mãe de sua filha Laura. Na Câmara Municipal de Belo Horizonte
recebe o título de Cidadão Honorário e a Comenda Rômulo Paes, de Mérito Artístico. Gosta de Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Manuel de Barros, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade.

É torcedor do Cruzeiro Esporte Clube. Sonha cantar em Mar de Espanha, Corinto, Catas Altas da Noruega, Cabo Verde, Babilônia, Tebas, Estrêla de Jordânia, Galiléia, Granada, Penha de França, Monte Carmelo, sem sair de Minas Gerais.

sábado, 4 de novembro de 2017

Skank

Em 1983, Samuel Rosa e Henrique Portugal começaram a tocar em uma banda de reggae chamada Pouso Alto, junto com os irmãos Dinho (bateria) e Alexandre Mourão (baixo). Em 1991, o Pouso Alto conseguiu um show na casa de concertos Aeroanta, em São Paulo, mas como os irmãos Mourão não estavam em Belo Horizonte, o baixista Lelo Zaneti e o baterista Haroldo Ferretti foram chamados para o show. A banda fez sua estréia em 5 de junho de 1991, e devido á final do Campeonato Paulista no mesmo dia, o público pagante foi 37 pessoas. Após o show, o grupo mudou seu nome para Skank, inspirado na música de Bob Marley, "Easy skanking", e começou a tocar regularmente na churrascaria belohorizontina Mister Beef.

A proposta musical inicial era uma adaptação do dancehall jamaicano aos ritmos brasileiros. Esse formato de reggae eletrônico era uma natural evolução do tradicional reggae de raíz, popularizado por Peter Tosh, Bob Marley e Jimmy Cliff.

O primeiro álbum do grupo, Skank, gravado de forma independente, foi lançado em 1992. Após 1,200 cópias das 3,000 iniciais serem vendidas, a Sony Music decidiu assinar contrato com o Skank, e relançou o álbum em abril de 1993., Os singles "O Homem Que Sabia Demais", "Tanto" e "In(Dig)Nação" levaram o grupo a mais de 120 concertos pelo Brasil, que resultaram na vendagem de 120 mil cópias do álbum de estréia.

O segundo álbum, Calango (1994), inaugurou a parceria com o produtor paulista Dudu Marote. Se destacaram nas rádios as canções "É Proibido Fumar", "Te Ver", "Pacato Cidadão", "Esmola" e "Jackie Tequila", resultando em 1 200 000 cópias vendidas do álbum.

"Garota Nacional" foi o principal single de O Samba Poconé, álbum de 1996. Chegou a liderar as paradas na Espanha e levou o grupo a digressionar por países como Argentina, Chile, Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Suíça e Portugal. O disco recebeu a participação do francês Manu Chao em três canções - "Sem Terra", "Los Pretos" e "Zé Trindade". O álbum atingiu a marca de 1 800 000 cópias.

A Sony Music, em 1997, lançou a compilação Soundtrack For a Century para comemorar o seu centenário, adicionando "Garota Nacional", a única canção em língua portuguesa.

Em 1998 a FIFA incluiu "É Uma Partida de Futebol" no disco oficial da Copa do Mundo. No mesmo ano Samuel Rosa inicia uma série de concertos com o cantor e compositor mineiro Lô Borges.

Em Siderado, mostrando amadurecimento e uma aproximação com o rock and roll, o grupo trabalhou com John Shaw (UB40) e Paul Ralphs). "Resposta", "Mandrake e Os Cubanos" e "Saideira" se tornaram hits. O álbum foi lançado em julho de 1998, e mixado em Abbey Road, estúdio londrino consagrado pelos Beatles; Daúde e o grupo instrumental Uakti foram os convidados especiais, e o álbum vendeu 750 mil cópias.

Em 1999 a banda participou de Outlandos D'Americas, um tributo de grupos sul americanos ao The Police gravando "Estare Prendido En Tus Dedos", versão da canção "Wrapped Around Your Finger".

Maquinarama, lançado em julho de 2000, teve a produção de Chico Neves e Tom Capone e vendeu 275 mil cópias. Os principais singles deste disco foram "Três Lados", "Balada do Amor Inabalável" e "Canção Noturna". Maquinarama é considerado um divisor de águas na carreira do grupo, que já não mais utilizou metais em suas gravações.

Em 2000, a banda era uma das atrações do Rock in Rio III que ocorreria no ano seguinte, mas desistiu junto com outros quatro grupos (Raimundos, Jota Quest, Charlie Brown Jr. e Cidade Negra) em protesto contra a exclusão de O Rappa.

Em 2001, com a parceria da MTV Brasil, o grupo grava na cidade de Ouro Preto o seu primeiro disco ao vivo. MTV Ao Vivo em Ouro Preto vendeu 600 mil cópias. A única canção inédita deste projeto, "Acima do Sol", liderou as paradas de rádio no país. No ano seguinte Samuel Rosa participa em "É Proibido Fumar" do Acústico MTV de Roberto Carlos.

Cosmotron, produzido pelo grupo e Tom Capone, foi lançado em julho de 2003 e vendeu 250 mil cópias. "Dois Rios", "Vou Deixar" e "Amores Imperfeitos" foram as faixas que se destacaram. O álbum foi premiado no ano seguinte com o Grammy Latino de melhor gravação de rock.

Radiola, lançada em outubro de 2004, foi a primeira compilação do Skank. A regravação de "Vamos Fugir" de Gilberto Gil e Liminha foi uma das quatro canções inéditas. Radiola vendeu 200 mil discos. Assim como "Vou Deixar", no ano anterior, "Vamos Fugir" foi a canção com maior comercialização de ring tones em 2005.

Em março de 2006 a banda iniciou em Belo Horizonte as gravações de seu nono álbum, Carrossel, o sétimo com canções inéditas. O trabalho recebeu a produção de Chico Neves, produtor que atuou anteriormente em Maquinarama, e Carlos Eduardo Miranda, produtor do Acústico MTV da banda O Rappa. O álbum foi lançado em agosto do mesmo ano e emplacou os hits "Uma Canção É Pra Isso", "Mil Acasos" e "Seus Passos". No álbum são apresentadas novas parcerias - Arnaldo Antunes e César Mauricio que, além de ex-integrante do Virna Lisi, foi responsável pelo visual de Siderado.

Em outubro de 2006 a banda é o primeiro grupo brasileiro a ter um álbum lançado em formato digital. Um fabricante de telefones celulares, Sony Ericsson, lança um aparelho com o álbum Carrossel completo e o videoclipe de "Uma Canção é Pra Isso". Em Abril de 2007, o Skank, também de forma pioneira, recebe o "Celular de Ouro", reconhecido pela APBD, pela vendagem de 61000 unidades do produto.

Em fevereiro de 2008 o grupo retoma a parceria com Dudu Marote e grava "Beleza Pura", de Caetano Veloso, para a abertura da novela com o mesmo nome.

Também em 2008 o grupo entra em estúdio para a gravação de seu novo álbum de inéditas, Estandarte. O lançamento do álbum aconteçeu no dia 15 de Setembro de 2008. O álbum foi bem acolhido pelo público, no Hot 100 Brasil o álbum estreou muito bem na #10 posição. Já a música "Ainda Gosto Dela" que conta com a participação da cantora Negra Li também é um sucesso. Estreou na posição #30 e na segunda semana pulou 16 degraus e foi para a posição 14, fazendo a canção um grande sucesso apenas em 2 semanas.Já na 3ª semana, a música subiu 9 degraus e foi para a posição #5, tornando-se um grande sucesso. A música já foi incluída na nova novela das 6 da Globo: Negócio da China.

Passados alguns meses, as músicas "Um gesto Qualquer" e "Pára-Raio" são incluídas nas respectivas novelas da Globo: Malhação e Caminho das Índias. O disco Estandarte, segundo a revista Rolling Stone , foi um dos 25 melhores cds nacionais lançados em 2008 e a música "Chão" uma das 25 melhores canções

A música "Sutilmente" tem sido a mais aclamada pelos fãs da banda, surpreendendo o próprio Samuel Rosa. Devido ao sucesso, a faixa já é cogitada como um futuro single pela banda.

Em entrevista no festival "Planeta Atlântida" diz que planeja a gravação de um DVD com um show da turnê do disco "Estandarte" em Salvador (BA), na Concha Acústica, provavelmente, até o final do 1° Semestre de 2009.

Jota Quest

Jota Quest é uma banda mineira de Pop Rock, formada na cidade de Belo Horizonte em 1993. O baixista PJ e o baterista Paulinho Fonseca resolveram formar uma banda, devido a suas afinidades por black music e Acid Jazz. Eles se uniram ao guitarrista Marco Túlio Lara e o tecladista Márcio Buzelin. Só faltava um vocalista - e, após dezoito testados, fora escolhido Rogério Flausino. O nome escolhido fôra J. Quest (Jay Quest), inspirado no desenho animado Jonny Quest e na banda de Acid Jazz Jamiroquai.

Após shows bem-sucedidos em Belo Horizonte, em 1996, foram contratados pela Sony Music, e gravaram o álbum J. Quest. As músicas "As Dores do Mundo", "Encontrar Alguém" e "Onibusfobia" foram bem tocadas. A banda na época era marcada por um visual espalhafatoso, com roupas estilo anos 70 e perucas (que foram abandonadas após serem roubadas em um programa de TV). Após um tempo, para evitar processos da Hanna-Barbera, mudaram o nome para Jota Quest, que hoje é uma das maiores bandas de Rock do Brasil.

O grupo fez seu primeiro show como J.Quest inspirado no desenho animado Jonny Quest e a banda de Acid Jazz Jamiroquai, idéia do baixista PJ (ainda que nenhum dos integrantes fosse fã do desenho). Circulando pelo circuito de bares e faculdades de Belo Horizonte e reunindo mais de 2.000 pessoas por apresentação, a banda foi conquistando espaço. O contrato com a Sony Music (atual Sony BMG), veio em seguida e o primeiro CD oficial foi lançado em agosto de 1996. O visual dos anos 70, representado na capa do álbum de estréia por roupas características e enormes perucas black power da época, agradaram ao público e à mídia. Não demorou muito para as músicas "Dores do Mundo" e "Encontrar Alguém" – sucesso em Belo Horizonte - conquistarem as rádios de todo o Brasil.

Em 1998, já assinando como Jota Quest, a banda lançou seu segundo álbum De Volta ao Planeta..., consolidando sua carreira em todo o país. A música "Fácil" foi uma das faixas mais tocadas da época e o grupo conquistou seu primeiro Disco de Platina por ter alcançado a expressiva venda de mais de 250 mil cópias.

Em 2000, foi lançado o CD Oxigênio com várias baladas românticas como "Dias Melhores", que até hoje é uma das músicas mais pedidas pelos fãs em apresentações da banda. Em 2001, o grupo lançou Discotecagem Pop Variada, mais um sucesso de público e de vendas.

Em 2002, Rogério Flausino foi convidado pela Disney para cantar a versão brasileira a trilha sonora do filme Planeta do Tesouro. A música se chama Estou Aqui (I'm Still Here em inglês)

Com o sucesso deste último trabalho, o Jota gravou em maio de 2003 o CD e DVD MTV ao Vivo, na Praça do Papa, em Belo Horizonte. O trabalho, primeiro "ao vivo" do grupo, reuniu seus maiores hits e contou com a participação especial de Arnaldo Antunes e Thaíde. No mesmo ano, eles foram os únicos em toda a América Latina a serem convidados para participar da trilha sonora do filme Homem Aranha 2 com versão para o tema do desenho animado do herói (regravada anteriormente pelas bandas Ramones e Aerosmith) com letra de Rogério Flausino.

Após quatro anos sem lançar um CD com inéditas, o grupo se isolou em seu estúdio em Belo Horizonte para gravar Até Onde Vai, que chegou às lojas em outubro de 2005 e, desde então, se mantém entres os cds mais vendidos do país.

Comemorando dez anos do lançamento do primeiro CD, a banda vem marcando presença no cenário pop rock brasileiro. Ao todo são seis CDs, milhares de shows e recordes de público por todo o Brasil, apresentações nos EUA e, recentemente, na Europa, onde participou da abertura do Rock in Rio Lisboa, dividindo palco com Carlos Santana e Roger Waters.

No ano de 2007, Rogério Flausino recebeu o Prêmio Multishow de melhor cantor do Brasil. Ainda no mesmo ano, no dia 13 de Agosto, tornou-se pai de sua primeira filha, Nina.

No ano de 2008, a banda lança La Plata após três anos da gravação do ábum Até Onde Vai que foi a turnê mais longa do Jota Quest, chegando a lançar o DVD Até onde vai em 2006 m Porto Alegre.

Em um começo de milênio movido por pânico e medo em motivos de que o mundo iria acabar, que ets invadiriam a Terra, pois felizmente nada disso aconteceu.

A banda Jota Quest estava em um trabalho de seu terceiro álbum: "Oxigênio". Algum tempo depois para uma reunião de lançamento desse novo trabalho, a banda estava conhecendo o segundo lado da moeda por conta do excesso de críticas negativas da imprensa especializada. A banda também enfrentava problemas de relação, com várias discussões entre seus integrantes, no mesmo ano o tecladista Márcio Buzelin também sofreu com problemas de saúde.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Renato Luciano


O cantor Renato Luciano inicia sua carreira quando sai da cidade de Visconde do Rio Branco, interior de Minas Gerais, e desembarca no Rio de Janeiro.
O choque do doce de leite com a água salgada do mar, é imediato. É sal demais da conta.
Seus primeiros trabalhos no Rio de Janeiro foram: o filme “Léo e Bia”, a peça “Filhos do Brasil” que desemboca no CD homônimo, o DVD “Na Trilha de Macunaíma” (baseado na obra de Jorge Mautner), todos com a Cia Mulungo e direção de Oswaldo Montenegro. 
Em 2011, Renato foi selecionado para o elenco do musical “Gonzagão - A lenda”, e logo depois participou do musical “Ópera do Malandro”, ambos com direção de João Falcão. Durante o processo dos ensaios, nasce a Cia Barca dos Corações Partidos - Companhia de Teatro, Movimento e Som. Estreiam com o espetáculo Auê, dirigido por Duda Maia, e produzido pela Sarau Agência de Cultura. O resultado deste trabalho foi registrado em CD, e parte da trilha, é de autoria do próprio Renato. No momento, este espetáculo está em turnê pelo Brasil.
Paralelamente, como cantor solo, gravou o EP “Pra Dançar com a Vassoura”, arranjado e produzido por Alexandre Meu Rei. 
No seu apartamento em Copacabana entre novas composições e danças com vassouras, descobriu que todo mundo pode ser feliz sozinho.

“É um disco de solidão pra ser feliz” - Renato Luciano.

Atualmente está finalizando o seu novo álbum, “De Toda Cor”, produzido por Sergio Chiavazzoli, com participações de Ney Matogrosso, Elisa Lucinda, Oswaldo Montenegro, Pedro Luis, Léo Pinheiro, Laila Garin, Emílio Dantas, entre outros. O disco é uma mistura do eletrônico com o acústico, com letras românticas e fortes; doces e políticas; e traz influências de uma cultura musical ampla, passando pela MPB, música caipira, samba, rock e ritmos africanos, com uma pitadinha de salsa.

Clara Nunes

Clara Nunes nasceu em Paraopeba, MG, em 12 de agosto de 1943.
O pai, Mané Serrador, era violeiro e cantador de folias-de-reis.
 Órfã desde pequena, aos 16 anos foi para Belo Horizonte, onde conseguiu empregar-se como operária numa fábrica de tecidos.

Por essa época cantava no coral de uma igreja, ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, concluía o curso normal.
Em 1960 foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com Serenata do Adeus (Vinícius de Moraes), e obteve o terceiro lugar, na finalíssima realizada em São Paulo, com Só Adeus (Jair Amorim e Evaldo Gouveia).
Contratada pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, durante um ano e meio teve um programa exclusivo na TV Itacolomi.
 Nessa mesma época, cantava em boates e clubes, tendo sido escolhida, por três vezes, a melhor cantora do ano.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes, em que interpreta boleros e sambas-canções.
Em 1968, gravou Você passa e eu acho graça (Ataulfo Alves e Carlos Imperial), que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, Sabiá, sabiô (com texto de Hermínio Bello de Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP Clara, Clarice, Clara, com musicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba Tristeza pé no chão (Armando Fernandes), apresentado no Festival de Juiz de Fora, que vendeu mais de 100 mil copias.
Em fevereiro 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, com o show O poeta, a moça e o violão, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho.
Em 1973 gravou na Europa o LP Brasília e, no Brasil, o LP Alvorecer, que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras com Conto de areia (Romildo e Toninho).
Em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou no Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes (do qual foi lançado um LP), que contava as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria.
 Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro lançou Claridade, seu disco de maior sucesso.
Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco Canto das três raças.
Em 1977 lançou As forças da natureza, disco mais dedicado ao samba e ao partido-alto. Em 1978 lançou o disco Guerreira, interpretando outros ritmos brasileiros.
Em 1979 lançou o disco Esperança.
No ano seguinte veio Brasil mestiço, que incluiu o sucesso Morena de Angola, composto por Chico Buarque para ela.
Em 1981 lançou Clara, com destaque para Portela na avenida. No auge como intérprete, lançou em 1982 Nação, que seria seu último disco.

Morreu em 02 de Abril 1983, depois de 28 dias de agonia, hospitalizada após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de varizes.
Em dezembro de 1997, a gravadora EMI reeditou a obra completa da artista, em 16 CDs remasterizados no estúdio de Abbey Road, em Londres, e embalados em capas que reproduzem as originais.
 

João Bosco

João Bosco Mucci, compositor, cantor e instrumentista, nasceu em Ponte Nova MG, em 13/07/1946. A mãe tocava piano e violino, como a irmã, que era crooner no clube de Ponte Nova. Cresceu ouvindo todo o tipo de música e , ainda garoto, foi crooner e ritmista do conjunto do saxofonista Mafra Filho. Depois passou a cantar rock no conjunto X-Garey, mais tarde chamado Os Charm Boys, que formou com um grupo de amigos.

Foi estudar engenharia em Ouro Preto MG, em 1962, onde viveu em repúblicas de estudantes, sempre tocando violão. Conheceu, cinco anos mais tarde, Vinícius de Moraes, com quem compôs uma série de músicas: Samba do pouso, Rosa dos ventos, O Mergulhador e outras. Interessou-se pelo trabalho de Aldir Blanc em 1969, ao vê-lo pela televisão apresentar-se num festival e, no ano seguinte, passando férias no Rio de Janeiro RJ, conheceu o letrista, com quem, desde então, passou a trocar fitas, fazendo parcerias a distância: um no Rio de Janeiro, outro em Ouro Preto.

Em 1972, cantou e tocou violão na primeira gravação de uma música da dupla: Agnus sei, lançada no primeiro Disco de Bolso, produzido pelo semanário O Pasquim, que lançava também Águas de Março. Nesse mesmo ano, terminou o curso de engenharia, profissão que nunca exerceu, transferiu-se para o Rio de Janeiro e começou a se dedicar exclusivamente à música.

A primeira composição da dupla a fazer sucesso foi Bala com bala, incluída no LP que Elis Regina gravou ainda em 1972 pela Phillips. No ano seguinte gravou seu primeiro LP, na etiqueta RCA Victor, tocando violão e cantando músicas da dupla, entre as quais Agnus sei, Bala com bala e Cabaré. Novas composições dos dois parceiros apareceram no LP de Elis Regina gravado em 1974 pela Phillips: O Mestre-sala dos mares, Dois pra lá, dois pra cá, Caça à raposa.

Já com o público garantido, saiu em 1975 o segundo LP, Caça à raposa, também pela RCA Victor. Uma das músicas nele incluídas foi Kid Cavaquinho, que já havia sido gravada, com sucesso, pela cantora Maria Alcina. Nos anos 80 e 90, depois de encerrar sua parceria com Aldir Blanc, passa a atuar mais freqüentemente como cantor, e encontra outros parceiros como Capinam em Papel machê, outro grande sucesso, Waly Salomão e Antônio Cícero em Holofotes, além do filho do poeta, Francisco Bosco, com quem compôs ás faixas do disco As mil e uma aldeias.

Em 1988 compôs a trilha do balé Benguelê, do Grupo Corpo, apresentado no Rio, São Paulo, Belo Horizonte e em festivais internacionais.

Amarildo Silva

Amarildo Silva é um cantor, compositor e violinista de música popular brasileira.
Uma vida de música e poesia que desaguam em “Mariana”.
Amarildo é natural de Raul Soares, interior de Minas Gerais e desde muito cedo já despertava seu interesse pela música e pela poesia.
Aos 12 anos escreveu seu primeiro poema e aos 15 anos anos, influenciado pelo avô materno, tocador de Viola Caipira, já começava a compor suas primeiras canções.
Amarildo lançou seu primeiro trabalho solo em 1995 intitulado “Rios Afluentes”, somente com canções inéditas. Em 1997, fez seu segundo CD solo, “Estação”, com músicas próprias e uma releitura da canção de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, “Nada será como antes”.
Em 1998, participou de uma cooperativa de músicos,e desse movimento, surgiu o grupo Cambada Mineira, montado juntamente com seu amigo e parceiro João Francisco Neves, no qual trabalha até hoje. O grupo já gravou 5 CDs, 01 DVD e já percorreu todo o país com seu show Cambada Canta Minas.
Em 2004 iniciou o terceiro trabalho solo inspirado na obra de Guimarães Rosa, intitulado “Virgem Sertão Roseano”, muito elogiado pela público e crítica.