terça-feira, 31 de outubro de 2017

Titane

Titane, mineira da cidade de Oliveira, a cantora Titane (Ana Íris) construiu uma carreira associada à cultura popular, próxima ao folclore, mas sem submissão a padrões rígidos. Gravado entre agosto de 1999 e fevereiro de 2000, no estúdio Bemol de Belo Horizonte, este CD, dedicado a Milton Nascimento e aos negros do congado mineiro retrabalha algumas origens primitivas da MPB.

A voz extensa de vôos agudos de Titane, com uma pitada teatral viaja por assinaturas de autores urbanos recentes como Chico Cesar que também participa da gravação (Dança, Moda do Fim do Mundo, esta com Alice Ruiz), Zeca Baleiro (Reza), Edvaldo Santana (Zensider, com Ademir Assumpção) e Neocaipiras como Juraildes da Cruz (Dodói, aberta por uma citação folclórica da região de Goiás/ Tocantins) e Pereira da Viola (Boi da Beira, Viola Cósmica, com Gildes Bezerra) além do congadeiro Mauricio Tizumba (Sá Rainha ).

O clima bucólico não impede elaboração instrumental direcionada pelos arranjos e violões de Gilvan de Oliveira e Weber Lopes num efeito de estranhamento que agrega tradição e experimentalismo.Mineira da cidade de Oliveira, e residindo em Belo Horizonte, a cantora Titane começou suas atividades musicais no início dos anos 80.

Seu trabalho reúne influências do congado mineiro, reciclando canções antigas de autores desconhecidos, clássicos da MPB, com direito a compositores emergentes. Foi assim nos três álbuns que gravou.Seu primeiro disco solo ocorreu em 1986, independente, contando com participação do grupo Uakti e da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário.

Em 1991, assinou com a gravadora Eldorado e lançou "Verão de 2001", produzido por Zuza Homem de Mello.
Cinco anos depois, lançou o CD "Inseto Raro", pelo selo Atração, registrando a temporada de um show realizado em Ouro Preto.

“Ana” é uma coletânea de canções dos compositores que surgiram na ultima década em Belo Horizonte interpretadas pela voz de uma das maiores e mais autênticas cantoras de Minas Gerais. Titane regrava neste disco composições de Renato Villaça, Érika Machado, Cecília Silveira, Dudu Nicácio e Kristoff Silva.

HUDSON LACERDA

O músico HUDSON LACERDA (Pompéu/MG — Contagem/MG) é Bacharel em Música – Violão pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 1999), Especialista em Música Brasileira – Práticas Interpretativas pela Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG, 2001) e Mestre em Música pela UFMG (2013).

Como violonista, obteve 3.º lugar no “I Concurso Nacional de Violão José Lucena Vaz”, em Belo Horizonte (1998). Como compositor, tem diversas obras levadas a público, como por exemplo “Ressonâncias” para grupo de câmara, transmitida pela Rede Minas de Televisão (Programa “Outros Sons”). Gravou sua “Valsa N.º 2” para violão para o CD “Panorama Musical 1” da Escola de Música da UEMG (2011). Teve arranjos de Tirana da Rosa” e de “Cravo e Canela” gravados em CD pelo cravista Antonio Carlos de Magalhães.

Trabalhou como copista, revisor e coautor das notas de edição na transcrição em partituras do cancioneiro de Elomar Figueira Mello (“Elomar: Cancioneiro”. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008). Junto com a cantora Titane realiza o recital “Titane e Hudson Lacerda apresentam canções de Elomar” (2011-). Participou, com violão, charango e canto, da série “Elomar: Cancioneiro”, ciclo de apresentações realizadas nas capitais de seis estados brasileiros, com a presença de Elomar. Integra “Duo Lacerda-Barbeitas” com o violonista Flávio Barbeitas.

Foi, durante dois anos, professor substituto (de Percepção Musical e Fundamentos de Harmonia) na Escola de Música da UFMG e também lecionou na Fundação de Educação Artística. Desde 2000, é professor da Escola de Música da UEMG.

Atualmente prepara um disco de charango, em que ressalta a versatilidade do pequeno instrumento andino através de um repertório variado, entre outros trabalhos.

Céu da Boca

Acredite se quiser, a Doca nasceu no dia primeiro de abril. O ano: 1962. O lugar é o celeiro da boa música brasileira: Minas Gerais, cidade de Nanuque. Diz-se que Nanuque é uma das últimas chances de ser mineiro, visto que fica tão perto da Bahia (Nova Viçosa) e ao mesmo tempo tão perto do Espírito Santo (Montanha). Porém, circunstâncias fazem com que seus pais viajem para Brasília, nos tempos de Juscelino em que a cidade mal acabara de nascer. O pai, pastor batista, vive em Brasília com a família até o ano de 1970, quando eles se transferem para Belém do Pará onde se ministra o curso de Bacharel em Teologia do Seminário Equatorial. Curiosamente, dá-se aí a primeira experiência de Doca com o estúdio: a gravação do coral de crianças (filhos dos alunos do seminário), um "compacto simples" rotação 33 o qual "desapareceu no mundo", segundo a Doca sem ela nunca ter visto a cor. A música já era cristã, talvez no estilo mais tradicional que os anos 60 vivenciavam no ambiente evangélico brasileiro. Foi por aí que as notas vieram. Depois os acordes, as apresentações e, mais tarde, uma vocação incomum para o canto e a harmonização. Diz-se que nas igrejas batistas tradicionais, a harmonia vocal já nasce com a pessoa. É quase cem por cento correto. No caso de Doca, foi assim, inclusive com seu irmão (hoje, o maestro Heron Duarte). Nessas alturas, o encontro com Jesus já havia acontecido, e a música era para Doca um dos principais veículos de comunicação com Deus. Mas a Doca é mineira e jamais deixará de sê-lo. Na pré-adolescência, ela volta à sua cidade natal, Nanuque, onde se identifica com suas raízes culturais, justamente naquele clima fronteiriço, perto do mar de Nova Viçosa e as montanhas do Espírito Santo. A música vem da fazenda e tem a ver com modas de viola (vocês já ouviram lá na mata a cantoria / da passarada quando vai anoitecer...). No final dos anos 70, surgem o Boca Livre e o 14 Bis, que fazem exatamente o tipo de harmonia vocal com que a Doca tanto se identifica. É bem nessa época que ela volta pra Brasília. Neste ponto, percebe-se na Doca a influência musical de lugares diversos frutos de uma existência andarilha cujos detalhes (as andanças pelo país) não chegam a ser contados aqui. A experiência de cantar já é bem maior. Sua voz tem personalidade, ainda que jovem e as atuações musicais acontecem - a maior parte delas em coros em que se executam cantatas que variam de Bach a Buryl Red. Num nível mais popular, surgem grupos vocais que se fazem e desfazem com a rapidez do vento. No meio desse vendaval cultural, algo marcante é o lançamento do LP "De Vento em Popa", dos Vencedores por Cristo, um verdadeiro banho de MPB no meio cristão evangélico, recebido de braços abertos pelos jovens da época. Num nível mais comprometido, a dupla com a amiga Míriam - duas vozes e um violão - o violão era com a Miriam.

Em janeiro de 1980, conhece Zazo, que ouviu o dueto Miriam & Doca. Zazo se apaixona pela voz de Doca. Mais tarde, não só pela voz. Em 81, as aulas de música com o maestro David Junker, na Faculdade Teológica vêm fornecer a ela uma boa dose de técnica vocal, postura, exercícios e bagagem. Doca se casa com Zazo em 1983. No mesmo ano, formam um grupo de característica "voz e violão", com o nome Louvor Ilimitado - algo semelhante ao Cantares, embora não tão ousado nos arranjos. De 1986 a 1988, a Doca participa do grupo Cântaro ao lado de Zazo. O Cântaro chega a lançar uma fita intitulada "Princípio", a qual, posteriormente, acaba sendo prensada e virando disco. Em 1992, tempo em que tanto o Louvor Ilimitado quanto o Cântaro já haviam "falecido", tudo parecia convergir para o momento em que os músicos cristãos "penduram as chuteiras". Mas é justo aí que surge um intercâmbio de músicas e experiências vocais com Marco e Denize.

Zazo:
Na certidão de nascimento de Zazo consta a expressão “nascido no Distrito Federal”. É que em 15 de abril de 1960, o Rio de Janeiro vivia seus últimos dias de DF. O pai coloca-lhe o nome bíblico de Eleazar (Deus ajudou), mas a irmã Eliane, na época com dois anos, não consegue pronunciar e diz “Zazo”, apelido familiar que vai marcar sua trajetória pra sempre. O ambiente em casa é extremamente musical. O pai toca piano nos cultos da Igreja Batista em Acari, subúrbio carioca. A mãe vive a cantarolar hinos tradicionais, às vezes assobiando, às vezes exagerando nas fermatas. A infância em Coelho Neto é regada a peladas de rua, campeonatos de botão, bandeirinha e muita música. O pai tem “encontro marcado com o jazz” toda quarta-feira pela Rádio MEC, às nove da noite, e faz questão que Zazo ouça jazz e blues. Naquela mesma época, extinta Abril Cultural publicava a coleção “Grandes Compositores da Música Universal”, apresentando Tchaikowsky, Beethoven, Chopin, e por aí vai. Ouvindo concertos de Vivaldi para flauta e orquestra, Zazo aprende a assobiar, inclusive imitando o trinado daquele instrumento. Isto acontece em 1968, ano turbulento em que a ditadura militar promulga o AI-5. São tempos de Geraldo Vandré e Taiguara nos festivais, tumultos nas ruas e “soldados armados, amados ou não” nas praças.

Os anos 70, iniciados com o clima da vitória do Brasil na Copa do México trazem dias de paz armada. Enquanto o povo evita falar de política, Chico Buarque usa o pseudônimo Julinho de Adelaide para deixar nas emissoras de rádio suas mensagens de duplo sentido contra o governo militar. Enquanto isso, a Igreja Batista em Acari começa a viver um período musical efervescente. O que hoje seria tido como superado na época é de extrema importância na formação musical da geração de Zazo: a cantata jovem “Boas Novas” e “Celebração”, os LPs dos Vencedores por Cristo – “Se Eu Fosse Contar” e “Louvor”. Todas essas iniciativas musicais têm peso enorme na vida de Zazo, que aos 16 anos decide aprender violão com a única motivação de superar a enorme timidez que quase o impede de se relacionar com as pessoas. O aprendizado do violão acontece de forma não acadêmica – no colégio, com os rapazes mais velhos no fim da rua, com as revistinhas Vigu e informações visuais, isto é, olhando o que os outros fazem. Surge uma parceria com o amigo Robinson, dois anos mais velho, amante da Bossa Nova. É o momento dos acordes dissonantes, motivo de orgulho de todo jovem ou adolescente que soubesse executá-los. Movidos por essa “onda” (ainda que não aceita por quem não fosse músico), Zazo e Robinson montam uma parceria, compõem algumas canções e formam com outros dois adolescentes o grupo GREM (Gregory, Robinson, Eleazar e Márcio).

Em 1978, superada mais da metade da timidez, Zazo passa no concurso da Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá, ficando naquela cidade nos anos de 78 e 79. Em 1980, vem para Brasília, onde se vê acolhido em família pela Igreja Batista Central de Taguatinga. É ali que conhece Doca, que na época formava dupla musical com a amiga Miriam. Zazo, Doca, Miriam, Hélio e Léa (irmãos de Miriam) formam um grupo vocal interessante, com arranjos feitos nas cordas do violão. A amizade de Zazo com Doca cresce e nunca mais se desfaz. Em 1983, eles se casam e passam a freqüentar os cultos da Terceira Igreja Batista do Plano Piloto, onde formam o grupo vocal “Louvor Ilimitado”, algo sem formação fixa (daí o nome Ilimitado). Em 1984, Zazo apresenta a peça “O Jovem José”, composta por ele desde 1978, em Guaratinguetá, até 1983, em Brasília, baseada na vida de José do Egito.

Em 85, surge o Grupo Cântaro, do qual Zazo e Doca vão fazer parte durante praticamente todo o tempo de existência (85 a 90). Por essa época, os músicos evangélicos estão “a mil” e realizam a primeira e (um ano depois) a segunda Mostra de Música Popular Cristã de Brasília – momento em que músicos de valor mostram a cara. Gente como Ely Lima, Quico Fagundes, Rodrigo Bueno, Gláucia e Rogério (que vieram a formar o Estilo de Vida), João Inácio e Ranúzia, além de vários outros, a maioria deles acompanhada pela emergente Orquestra Cristã de Brasília, sob a regência de Joel Barbosa. É no ano de 86 que acontece a maior experiência de Zazo, a entrega definitiva de sua vida ao Senhor, apesar de todo tempo de igreja que precedera esse momento. O Cântaro apresenta um trabalho marcado pela brasilidade, com arranjos vocais e instrumentais ousados para a época, apresentando-se inclusive em espaços seculares como a Sala Funarte, Villa Lobos, Teatro de Arena da UnB e Parkshopping, além de locais semelhantes em São Paulo, Belém, Rio, Goiânia, etc, chegando a fazer uma viagem pelos EUA. No entanto, crises internas e dívidas levam o grupo a se desfazer.

O final do Cântaro é um período marcante na vida de Zazo, em que Deus atua de forma maravilhosa. A canção O Jogo é pra Valer gravada no CD Coisas de Amigo pelo Céu na Boca corresponde a esse período, em que a vontade é de tocar violão só por entretenimento. O volume de composições – que nunca chegou a ser grande – diminui. Momento de parar e refletir. “Coincidentemente”, esse momento é compartilhado com Marco e Denize, que já faziam parte da vida de Zazo e Doca anteriormente. Coisa de amigo.

Marco Fernando:
Nascido em 21 de janeiro de 1964 - exatamente o ano do golpe militar que marcou a história recente do Brasil - Marco Fernando cresceu ao som das influências rítmicas de sua cidade natal, Recife. Desde menino, já se observava nele algum senso crítico que o levava a repudiar as formas de manipulação e de uso do meio de comunicação musical para “emburrecimento nacional”. Era afeito mais às letras. Lia poetas e textos da biblioteca particular de sua mãe, professora de línguas de origem latina, e se embevecia com eles. Amava as rimas ricas e as “pedras no caminho”. Seus pais ouviam os “hits” da época, principalmente, Roberto Carlos. Pela óbvia diferença entre o que pensava/lia e aquilo que ouvia, sua aproximação com a música só ocorreu alguns anos mais tarde ao deparar-se com uma “bolacha” que tocava uma coletânea de Chico Buarque de Holanda. Foi uma espécie de revelação: “a música poderia ser usada para se dizer alguma coisa importante!”. Já aos catorze anos, idade em que começa a compor com seu tio Horácio, Marco vai atrás do não óbvio e encontra uma veia latente de letrista. Ganha alguns prêmios como letrista em festivais que sua mãe considerava inadequados para sua idade. “Nunca fui, só ficava sabendo”. Ganha prêmio de compositor revelação no Estado de Pernambuco ainda fedelho: “não fui à premiação, acho que tinha aula, meu tio trouxe o diploma pra mim”. Entretanto, fortes mudanças estão em andamento. Aos quinze anos entrega sua vida a Jesus, recebendo-o como seu Senhor e Salvador. Não poderia haver melhor hora para começar a compor. Assim, os elementos que já existiam em sua consciência artística vão se juntando a uma fé que cresce a cada dia. “Motivos reais para compor nunca me faltaram”, decalara.

No início dos anos 80, com amigos do meio cristão, entre eles o compositor e músico pernambucano Leon Neto, forma, em Recife, o grupo vocal Adelphos (amigo em grego). O grupo marcaria época na cidade. Nesse momento começa a se aperfeiçoar como instrumentista e músico: “nunca fui muito longe, mas, harmonicamente, dá pro gasto”. A criatividade sempre foi o seu forte, e orgulha-se de saber trabalhar sob pressão e a pedidos de amigos: “já fiz músicas pra casamentos, nascimentos de filhos e bodas de papelão”, brinca.

Em 1983, Marco se transfere para Brasília, onde conhece Denize, tecladista de formação clássica e uma belíssima voz. Da amizade ao namoro, do namoro ao casamento, em 5 de agosto de 1989. Marco compõe e executa no violão; Denize interpreta na voz e/ou nos teclados. Mais tarde, eles formam o grupo Cantares, uma formação de cinco vozes femininas, das quais a de Denize é uma. No Cantares, os dois atuam como arranjadores. O Marco, além de arranjador faz violão base, e o grupo é essencialmente vocal. Em 1992, o grupo Cantares pára de atuar. Marco, porém, tem muitas composições, e o desejo de continuar trabalhando com a música ainda é imenso. É quando começa um novo intercâmbio com amigos antigos, dos anos 80 - Zazo e Doca. Esse intercâmbio é uma semente que vai germinar em 1997, com a formação do grupo Céu na Boca.

Denize Menezes:
O Rio de Janeiro é o pano de fundo para os primeiros dez anos da vida de Denize. Após o seu nascimento, em 1965, a família Lopes vive na capital da antiga Guanabara até o ano de 1975, quando se transfere para a capital federal. Os tempos de Rio, porém, são marcantes. As idas com a família à Primeira Igreja Batista, na rua Frei Caneca, onde se realizam seus primeiros solos vocais, ainda aos quatro anos; as aulas de piano clássico, aos oito. Começa na infância a formação musical. No início, muita partitura, o estilo tradicional. Mais tarde, Beethoven, Chopin, compositores e temas eruditos. Tal influência vai ficar marcada na musicalidade de Denize, em especial no perfeccionismo que ela irá desenvolver no trabalho com o popular. A adolescência em Brasília traz novas influências no que diz respeito a composição e encadeamento harmônico, a começar por Tom Jobim e Chico Buarque, pela valorização dos acordes dissonantes. Aos 18 anos, vê surgir no meio cristão evangélico brasileiro figuras do porte de Sérgio Pimenta, com o Grupo Semente, em São Paulo; Quarteto Vida, em Belo Horizonte; e, no Distrito Federal, anos mais tarde, um jovem autodidata, Joel Barbosa, que vai se tornar o maestro da Orquestra Cristã de Brasília. O fim dos anos 80 corre com certa efervescência musical no meio evangélico da cidade. Ao mesmo tempo em que Denize cultiva a influência do Dr. Albano e seus grupos corais, como “Mensageiro da Paz” e “Coro Jovem" da Igreja Memorial Batista, os jovens trocam figurinhas aqui e ali, além de formarem grupos, principalmente vocais, apresentando composições próprias ou arranjos novos para antigas canções. Denize participa desse rodízio, cantando num trio formado por Rodrigo Bueno, participando das “cantorias” na Igreja Memorial Batista e das serenatas de acampamentos. Nessa altura, como pianista, já começa a substituir as tradicionais partituras por leituras de acordes cifrados. Em 1986, surge o grupo Cântaro, do qual ela vem fazer parte na primeira fase (o grupo passou por umas três). Nesse período, já conhecia o Marco, com quem vai se casar em 89. Marco e Denize formam uma interação imperdível de “voz-violão-piano-arranjo”, algo indescritível, inseparável. Surge o grupo Cantares, onde essa tétrade vai se expressar de forma marcante para os felizardos que conseguem ouvir as apresentações do grupo em Brasília e Anápolis. Com o fim do Cântaro (no início de 91) e do Cantares (92), surgem Zazo e Doca, amigos antigos, que chamam Denize para um trio cujo único objetivo é o de atender a uma necessidade específica: cantar num casamento. Os três chegam a se apresentar “uma vez na vida outra na morte”, isto é, sempre no casamento de alguém. A composição de sempre é “A Quarta Estação” (música de Zazo e letra de Raul Jr). Tudo isso é material para o que ainda está por vir anos mais tarde. Em 1997, com a entrada de Marco no vocal do antigo “trio esporádico”, temos o rascunho básico do Céu na Boca.

Jerry:
Jeremias Gaspar, o nosso Jerry, nasceu no Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1968, de cara para a Avenida Brasil, no Hospital de Bonsucesso. A infância no Rio mistura diversão com trabalho. Afinal, toda criança precisa de entretenimento, mas algumas precisam ajudar no sustento da casa. Foi assim com o Jerry, que desde pequeno já adquiria experiências como virador*.

As influências musicais, que se originam também daquela época, são as mais diversas. Em primeiro lugar, os pais, que dão a ele e aos seus irmãos as primeiras noções de violão, craviola (12 cordas), pandeiro e até acordeon! A mãe de Jerry guarda, desde aquela época, partituras de hinos antigos que nem mesmo a Harpa Cristã tem. Isto faz daqueles dias um tempo de muita cantoria com os filhos, criando-se no ambiente doméstico uma atmosfera constantemente musical. Além disso, rolam os cultos domésticos, a rádio Boas Novas, a Rádio Relógio Federal e a indefectível vitrola ligada o dia quase todo, ao som de Oséias de Paula, Shirley Carvalhaes e a dupla Edson & Telma. Mais tarde, o irmão mais velho, que toca numa banda em sua adolescência, traz outros elepês para a agulha da vitrola, as grandes novidades da época: Grupo Elo, Som Maior e Vencedores por Cristo.

Mas algumas influências vêm de fora, especialmente de um boteco em frente à casa da família. Ali, a vitrola toca dia e noite as canções de Bebeto, Jorge Bem (que na época não era Benjor), Bezerra da Silva, Benito de Paula, Fuscão Preto e outros. Jerry revela hoje acreditar que seu ecletismo musical tenha origem nesse boteco. A influência musical definitiva, no entanto, vem mesmo de dentro de casa, principalmente nos cultos domésticos semanais. O grupo musical "feito em casa" tem a seguinte formação: o pai (violão e voz), a mãe (back vocal), o mano Israel (violão e voz), e Jerry (violão, voz, pandeiro, afunxé e outros instrumentos percussivos), com participação dos outros irmãos.

Aos 18 anos (1986), o Virador vem para Brasília, com um sentimento de que a Capital Federal seria sua terra prometida. E foi. A vida brasiliense de Jerry começa na Assembléia de Deus da L-2 Sul (611). Ali ele conhece Lea. No final de 89, ele se transfere para a Igreja Nova Vida (412 Norte), onde é recebido com carinho pelo Bispo Antônio Costa. Jerry conta que houve, naquela época "um ano de tratamento espiritual", algo muito útil na vida de um servo de Deus. Tempo de ficar calado e ouvir, somente ouvir... De lá pra cá, os ministérios vêm surgindo, com prioridade à edificação de vidas: louvor e trabalho com os jovens. Em 92, casa-se com Lea. Dessa união, nasce em 96 Vitor Micael, e em 98, Davi Lucas.

Em 97, Marco Fernando e Denize fazem uma proposta ao Jerry: juntar-se a eles, ao Zazo e à Doca e ser o quinto elemento* de um grupo vocal ainda sem nome com o objetivo de gravar um CD de música popular brasileira evangélica – composições do próprio grupo.

Marcus Americo:
Vem de Niterói, RJ, o nosso Marcus Américo, nascido em 04 de março de 1967. O ambiente em casa traz um pano de fundo musical. A mãe passa a maior parte do tempo cantando. O pai canta na noite, em casas noturnas. O nome Marcus Américo lhe soa tão bem que é este seu nome artístico. A mãe, D. Geni, que freqüenta igreja evangélica, cria o filho por esse caminho, o que lhe confere um conhecimento de Deus no estilo Timóteo, jovem discípulo do apóstolo Paulo, nos primeiros anos da era cristã. Mas a decisão de andar com Deus, aquela individual, acontece aos nove anos de idade. Ronaldo, o irmão mais velho, exerce uma influência enorme sobre Américo, influência essa que se perpetua até os dias de hoje. “Deus fez de meu irmão um homem de muita sabedoria”, diz o nosso violonista. Aos oito aos, porém, seu contato com o violão já havia iniciado. À semelhança de Denize no teclado, Américo começa no violão clássico – mais tarde, aos onze anos. Seus pais queriam fazer dele um virtuose no instrumento (conseguiram). Marcus chega a estudar com o professor Ricardo Wagner e, já na adolescência, cultiva admiração por monstros da MPB, como Ivan Lins, Toquinho e – posteriormente – Djavan. Na segunda metade dos anos 80, surgem também compositores cristãos de peso, no cenário evangélico brasileiro, que irão marcar a trajetória de Américo, entre os quais podemos citar Sérgio Pimenta (sua maior influência tanto em termos de letra como em harmonia), além de João Alexandre e Jorge Camargo. Nesse período, Américo vive em Brasília, embora nunca tivesse contato com Marco e Denize, mas vem conhecer Zazo e Doca que, naquela altura, faziam parte do Cântaro. É tempo de João Alexandre, Sérgio Pimenta, Mostra de Música (com a Orquestra Cristã de Brasília nascendo); por esses dias, os LPs “De Vento em Popa” e “Tanto Amor” já haviam deixado suas marcas na harmonização de Marcus. Américo atua com o Cântaro, como baixista (outra de suas especialidades). Já havia participado em outras três bandas (Chuva Serodia, Selo do Sol e Outras Tribos). No fim desse período, ele conhece Celinha. Os dois se casam e vão viver em Recife. Mais tarde, mudam-se para Juiz de Fora. O aprendizado musical nessas duas cidades é intenso. A passagem por elas vai refinar o estilo “marcoamericano”, primeiro pelo contato com os ritmos e a criatividade próprios do nordeste. Depois, em Minas, pelo contato com músicos da mais alta qualidade que por ali passam, visto que Juiz de Fora é um corredor musical quase que obrigatório para artistas que fazem a rota Belo Horizonte – Rio – São Paulo. É também ali que Américo estuda harmonia funcional, com o baixista Dudu Lima. Mas o tempo em Juiz de Fora é também um momento de intercâmbio, em que Marcus chega a compor canções de estilos os mais variados, chegando até ao rock’n’roll e aos temas mais “loucos” que só os roqueiros da transição 80/90 conhecem. As aulas com Dudu Lima, no entanto, acrescentam-lhe muitos aspectos. É quando sua versatilidade como arranjador, compositor (e até mesmo como intérprete) ganha novos ares, novos acordes e amplia a expressão de sua música. Já nos anos 90, vez por outra, faz uma visitinha a Brasília, tipo uma vez por ano, e aproveita para rever os amigos antigos, entre os quais Zazo e Doca. Numa dessas visitinhas, os dois levam Américo à casa de Marco e Denize, que se apaixonam pela musicalidade, virtuosismo e harmonias do músico. Começam a surgir trocas, idéias, coisas de amigo. Em 1998, vendo que o campo de trabalho se tornava cada vez mais difícil em Juiz de Fora, Marcus e Celinha voltam para Brasília. Américo se junta ao Céu na Boca.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Marcus Viana

Mineiro de Belo Horizonte, Marcus Viana nasceu em uma família de músicos. Seu pai, Sebastião Viana, maestro, foi assistente e revisor das obras de Heitor Villa Lobos.

Apesar de ter crescido em um ambiente musical, Marcus só iniciou seus estudos de violino aos 13 anos com o professor húngaro radicado no Brasil, Gabor Buza.

No final da adolescência, Marcus viveu na Pensilvânia, Estados Unidos, onde participou como violinista da Orquestra Sinfônica de Harvertown e produziu suas primeiras composições.

De volta ao Brasil, passa a participar de Festivais de Música Popular em toda Minas Gerais, sendo sempre premiado com os primeiros lugares.

Apesar do intenso envolvimento com a música, Marcus se profissionaliza efetivamente a partir de sua classificação como violinista titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, onde permaneceu por sete anos.

Paralelamente ao trabalho na Sinfônica, sua participação no grupo Saecula Saeculorum abre-lhe as portas para o rock progressivo; após o término da banda, criou dois grupos que ensaiaram mais do que se apresentaram: "Ícaro" e "Conclave dos Druídas".

Sempre interessado em pesquisar as possibilidades de seu instrumento, Marcus passa a eletrificar o violino, desenvolvendo vários trabalhos fundindo clássico, rock e elementos da música brasileira.

Em 1979, cria o grupo Sagrado Coração da Terra, unindo música vocal e instrumental na linha do rock sinfônico progressivo com textos de orientação ecológica e espiritual. Hoje com oito álbuns lançados no Brasil (quatro deles também no Japão), o Sagrado é considerado pela crítica especializada, o maior grupo progressivo latino americano.

Na década de 80, Marcus Viana grava e excursiona pelo Brasil em tournées com Flávio Venturini, Beto Guedes, Lô Borges e Milton Nascimento.

A faixa título do segundo disco do Sagrado - "Flecha", é escolhida para integrar a trilha sonora da novela "Que rei sou eu?" da TV Globo e o Sagrado Coração da Terra grava um especial com o repertório de "Flecha" para a TV Manchete. Essa produção chama a atenção de Jayme Monjardim, então diretor artístico da emissora.

A convite de Jayme, Marcus Viana compõe o tango "Passional" para a novela "Kananga do Japão". Na produção seguinte, a novela "Pantanal", Marcus assina toda a trilha sonora instrumental, além da música de abertura e do tema de amor do casal principal da trama.

Ainda em 1990 é lançado pela Bloch Discos o CD "Pantanal - Suíte Sinfônica", o primeiro disco da trilha sonora instrumental de uma novela no Brasil.

A partir do sucesso de "Pantanal", a parceria de Marcus Viana e Jayme Monjardim se consolida, rendendo os primeiros frutos: as minisséries "Canto das Sereias" , "Filhos do Sol" e as novelas "Ana Raio e Zé Trovão".

Extremamente eclético, Marcus Viana além de produzir seus discos, compõe trilhas para novelas, filmes, peças teatrais, musicais infantis e suítes para ballet. Seu domínio sobre diversos estilos musicais, faz com que seja inúmeras vezes premiado como autor de jingles e trilhas para filmes publicitários.

Além de Jayme Monjardim, Marcus trabalhou também com os diretores Walter Avancini na novela Xica da Silva (TV Manchete) e Nilton Travesso em "Serras Azuis" e "Meu Pé de Laranja Lima" (TV Bandeirantes).

Marcus então cria a gravadora independente Sonhos & Sons - um reflexo da multiplicidade de seu talento. Pelo selo Sonhos & Sons, são lançados seus CDs infantis da "Nave dos Sonhos", a série instrumental "Trilhas e Temas" com suas trilhas sonora para a TV, a coleção "Música das Esferas", dedicada à música new age, para relaxamento, cura e meditação e também os CDs do grupo Sagrado Coração da Terra.

Com o retorno de Jayme Monjardim à TV Globo, Marcus é chamado para produzir a trilha sonora da minissérie "Chiquinha Gonzaga", realizando uma extensa pesquisa sobre a música brasileira de 1845 a 1935 e sobre a obra da grande compositora carioca.

Na seqüência, compõe a trilha sonora da novela "Terra Nostra", lançada no CD "Speranza", e da série "Aquarela do Brasil", ambas na TV Globo e com direção de Jayme Monjardim. É um ano de muitas produções fonográficas: são lançados três títulos da coleção infantil; o quinto CD do Sagrado, "A Leste do Sol, Oeste da Lua", em comemoração aos 20 anos da banda e "Terra", terceiro volume da série "Música das Esferas" (posteriormente indicado ao Grammy Latino 2001 na categoria "Melhor Álbum Instrumental Pop). No início de 2001, Marcus produz e lança os CDs "Francisco de Assis" e "Sacred Heart of Earth", este último, uma coletânea de canções compostas na língua inglesa e voltado para o mercado internacional.

À partir do segundo semestre de 2001, Marcus Viana assume a produção musical de "O Clone", compondo toda a trilha sonora instrumental, a abertura da novela e a música "A Miragem", tema do casal Jade e Lucas , grande sucesso nas rádios de todo o país e que recebeu versão para o inglês do cantor americano Michael Bolton.

Ainda em 2001, Marcus lança o quarto volume da coleção "Música das Esferas" - "Aere" e participa como compositor, arranjador e produtor musical do CD "Velho Chico", parte de um projeto de recuperação ecológica e social do Rio São Francisco.

Em janeiro de 2002, Marcus Viana lança pela gravadora Som Livre, o CD "Maktub", com a trilha sonora instrumental da novela "O Clone" e também suas canções de personagens.

O enorme sucesso da novela em Portugal e nos Estados Unidos abre o mercado europeu e norte americano para a música de Marcus Viana, promovendo o lançamento de seus produtos no exterior.

Em 2003 Marcus assina a trilha sonora da minissérie “A Casa das Sete Mulheres”, também dirigida por Jayme Monjardim.

Em 2004 inicia-se uma nova carreira profissional para Marcus Viana... a dedicação ao cinema. Sua estréia nas telonas foi com o belíssimo filme “Olga”, que retratava a história de amor entre Luis Carlos Prestes e Olga Benário. Olga é um filme de Rita Buzzar com direção de Jayme Monjardim.

No primeiro semestre de 2005, Marcus, ainda se dedicando às telonas, assina a trilha sonora do filme “Filhas do Vento”, com direção de Joel Zito Araújo, lançado em setembro do mesmo ano.

Em 2005, Marcus se dedicou ao lançamento de 2 DVDs da natureza – “Sinfonia da Natureza” e “Symphony of Nature”, em parceria com Haroldo Palo Jr. e David Fortney respectivamente.

Em 2006/2007 Marcus trabalhou no filme "O Mundo em Duas Voltas", que conta a historia da volta ao mundo realizada pela família Schurmann. Além disso, Mascus comemorou o lançamento de Reiki", "Sinfonia dos Sonhos", "Angeli Lácrima", "Xica da Silva" e "Krsna Garden".

O próximo projeto é o lançamento do DVD duplo do "Sagrado Coração da Terra" e o DVD do "Saecula Saeculorum" previsto para 2008.

Sérgio Santos

Em 1982 o mineiro Sérgio Santos, nascido em Varginha, sul de Minas Gerais, começa sua carreira musical participando como cantor do espetáculo “Missa dos Quilombos” de Milton Nascimento. No ano seguinte participa do LP de Milton que registrou o mesmo espetáculo. 

A partir daí aperfeiçoa seus conhecimentos musicais como violonista, intérprete, arranjador e compositor. Foi vencedor dos mais importantes festivais de música do Brasil, como os de Avaré (SP), Juiz de Fora (MG), O Som das Águas, da Rede Manchete de Televisão e o Festival Carrefour de MPB. Em Belo Horizonte trabalha como diretor musical, produtor e arranjador dos CDs “Alma Animal” de Tadeu Franco, “Caboclo D’Água” de Tavinho Moura, “Uma Ciranda, Uma Roda, Um Samba”, de Beto Reis, “Primeiras Histórias” de Flávio Henrique, e “Flávio Henrique e Marina Machado”. 

Em 1991 conhece o poeta Paulo César Pinheiro que vem a se tornar o seu grande parceiro. Com ele compõe uma obra de cerca de 160 músicas. Essa obra é cantada por artistas como Leila Pinheiro, Ana de Hollanda, Fátima Guedes, Simone Guimarães, Cláudio Nucci e Olívia Hime (com Milton Nascimento). Com outros parceiros como Joyce, Murilo Antunes e Tadeu Franco, foi gravado por artistas como Sá e Guarabira, Pena Branca e Xavantinho e Joyce.

Em 1995 lança seu primeiro CD "ABOIO", com participações de Sivuca e do violonista Raphael Rabello. O repertório, em parceria com Paulo César Pinheiro é todo inspirado em ritmos e temas de Minas Gerais. É indicado ao 9º Prêmio Sharp de Música, em maio de 1996. No mesmo ano "Aboio" é lançado pela gravadora francesa Buda Musique, e distribuído em toda a Europa, EUA e Japão. 

Em 1997 participa do Kaiser Bock Winter Festival, em São Paulo, dividindo a noite com Gal Costa, Guinga e Banda Mantiqueira. Esse espetáculo foi apresentado como um especial pela TV Cultura.

Em 1998 o artista plástico espanhol David Lainez se inspira em "ABOIO" e realiza uma exposição de pinturas e esculturas em Pamplona e Tolosa, na Espanha, toda ela baseada nas músicas desse trabalho. O compositor faz, além dos shows de abertura dessas exposições, uma turnê percorrendo várias capitais espanholas. 

Ainda em 1988, lança no Brasil, pela gravadora Pau-Brasil, (nos EUA, pela gravadora Blue Jackel, na Espanha pela Musimedi e na Alemanha pela Exil Musik), o CD "MULATO" com seus sambas em parceria com Paulo César Pinheiro. 

Em junho de 1999 se apresenta em Los Angeles, EUA, no Hollywood Bowl, um dos templos sagrados da música americana e um dos mais conceituados palcos do mundo, espetáculo elogiadíssimo pela crítica americana. Em julho se apresenta em San Francisco, no Herbst Theater, dividindo a noite com a cantora e compositora Joyce, também com enorme sucesso. 

Em 2000, juntamente com Leila Pinheiro, Olívia Hime, Lenine, Zé Renato e com a Orquestra Sinfônica Brasileira, participa no Teatro Municipal, como cantor convidado, da Sinfonia do Rio de Janeiro, de Francis Hime.

Em julho de 2001 se apresenta no VIII Festival Internacional de Jazz de Lérida, Espanha, integrando a programação juntamente com grandes nomes internacionais do jazz.

Em janeiro de 2002 lança pela gravadora Biscoito Fino o seu terceiro CD, “ÁFRICO – quando o Brasil resolveu cantar”, com participações especiais do Grupo Uakti, de Olívia Hime, Joyce e Lenine, numa celebração da influência da cultura negra na MPB. Esse trabalho foi aclamado pela crítica, tendo sido vencedor do Prêmio Rival-BR em agosto de 2002, no Rio de Janeiro, premiado como o melhor CD produzido entre 2000 e 2002. 


Em 2003 recebe o Troféu Pró-Música, em Belo Horizonte, na categoria melhor compositor do ano. É também o segundo colocado no Prêmio Visa, Edição Compositores, em São Paulo. Em setembro, representa o Brasil no 1º Festival Íbero-Americano Latinautor, em Punta Del Este, Uruguay. 

Atualmente está em fase de gravação de seu quarto CD, segundo pela gravadora Biscoito Fino, que será lançado em julho de 2004.

Opiniões
Sérgio Santos é um dos melhores presentes que a nossa música recebeu. Além de possuir uma belíssima voz, ele se revela um compositor extremamente original. Sua inspiração parece inesgotável.

Francis Hime 

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O mineiro Sérgio Santos é um craque. Tem futuro brilhante. O som que o Sérgio faz tem a cara do Brasil. Eu leio muito a obra do também mineiro Guimarães Rosa, e de repente ouvir esse garoto cantando essas coisas, com cara do interior do Brasil, é muito bonito.

Dori Caymmi ( jornal "A Tarde", Salvador, 3/08/97 )

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A canção de Sérgio Santos tem a invenção dos únicos, a originalidade dos maiores. Harmonia e melodia irmãs daquelas que hoje maravilham o mundo, segredos que alguns mineiros usam para conquistar o planeta.

Fernando Brant

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Desde muito tempo existe a lenda de que não há renovação na música popular brasileira. De que os grandes autores pararam no tempo, de que não existem mais Jobins, Miltons, Doris, Edus, etc. Pois preparem seus ouvidos que aí está Sérgio Santos.

Joyce

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Toca divinamente, canta lindo, é afinadíssimo, um homem bonito e mineiro que compõe maravilhas! Agradeço à música e aos pais de Sérgio Santos por ele existir e por ter me oferecido a canção que maior emoção me causou no meu CD "Na ponta da Língua". A música dele "Pra Dizer a Verdade", em parceria com Alvin L, é a que mais me arrebata e desafia no meu disco novo. O CD do Sérgio, "Mulato", é um primor. Ele é um grande arranjador, um grande músico e compositor. Melhor que isso só se ele continuar compondo pra mim.  Minha voz estará sempre à espera de suas pérolas. 

Leila Pinheiro

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O mineiro Sérgio Santos é um dos mais importantes compositores e cantores da nova geração da música brasileira.Seu novo CD “MULATO”, mostra uma grande influência da autêntica cultura brasileira, através de suas composições originais. Suas canções tem uma concepção rítmica interessante, especialmente nos solos, dobrando voz e violão e sopros. Sérgio Santos demonstra além de um timbre de voz especial, uma grande inspiração como arranjador de seus próprios trabalhos. Eu desejo o melhor para ele e acredito que fará as pessoas felizes com suas belas músicas. 

Toninho Horta


Notas da Imprensa

“... A maneira como Sérgio Santos mistura a sua forma rítmica de cantar com o seu violão, traz lembranças de João Gilberto. No entanto, sua banda com um poderoso naipe de sopros e com arranjos ao estilo de Gil Evans, sublinha tudo o que ele faz com um sentimento irresistível para as afinidades altamente compatíveis entre a música brasileira e o jazz americano”. DON HECKMAN – LOS ANGELES TIMES.

“... Sempre que estou escrevendo sobre um novo CD, minha primeira atitude é procurar seus defeitos. Mas em MULATO não pude encontrar nada menos que o perfeito. Tudo é apropriado, nenhum tratamento equivocado. MULATO vem confirmar algo que para a multidão presente ao Hollywood Bowl foi fácil descobrir: Sérgio Santos é um expoente musical dos melhores ritmos brasileiros”. BRUCE GILMAN – BRAZZIL MAGAZINE (EUA).

“… Em MULATO, Sérgio Santos se debruça sobre o samba enquanto gênero musical, com composições próprias repletas de sensibilidade que constroem um disco belo e apaixonado, na tradição dos melhores compositores brasileiros”. CARLOS ALARCÓN – REVISTA TIERRA (ESPANHA).

“…Com MULATO Sérgio Santos consolida sua maestria autoral. Dá banho nos sambas, mas também brinca em outras áreas como a marcha rancho, o choro e a canção”. TÁRIK DE SOUZA – JORNAL DO BRASIL.

“... Com preciosidades e composições de horizonte melódico infinito, Sérgio Santos mostra que os que duvidam da renovação de bons compositores no país devem se calar”. BRÁULIO NETO – O GLOBO.

“... Trazendo resoluções belas e inesperadas, Santos foge de vícios e cadências típicas. MULATO traz uma sofisticação harmônica impressionante”. JÚLIO MARIA – JORNAL DA TARDE.

“...Grandes arranjos e grandes músicos valorizam em MULATO as melodias brilhantes, as belas letras e fazem moldura para a voz quente de Sérgio Santos. Descubram-no”. MAURO DIAS – O ESTADO DE SÃO PAULO.

“... Sensibilidade, balanço, malandragem, conhecimento do violão, bom gosto na maneira de cantar, nos arranjos, nas armações dos vocais, nas introduções inspiradas e, mais importante, nas composições. Tudo isso é Sérgio Santos em MULATO”. BETO RUSCHEL – REVISTA GUITAR PLAYER.

“... Respeitado por nomes como Francis Hime, Guinga, Dori Caymmi e Edu Lobo, elogiado pela densidade e bom gosto de suas soluções melódicas e harmônicas, MULATO reafirma o talento inquestionável de Sérgio Santos como autor e intérprete”. KIKO FERREIRA – ESTADO DE MINAS.

“...ÁFRICO é o canto da utopia multirracial brasileira, que não ignora suas falhas, mas a deseja. E a propõe, ao fazer soar em harmonia perfeita, por exemplo, o batuque secular dos atabaques à percussão sobre material sintético do Uakti. Sérgio Santos, responsável pelo conceito – musical, poético, instrumental – de “ÁFRICO”, realizou um dos discos mais belos e importantes da nossa fonografia.” MAURO DIAS – ESTADO DE SÃO PAULO.

“...É aí que reside a grandiosidade da obra do violonista mineiro Sérgio Santos. Em “ÁFRICO” ele mói, centrifuga e recicla bagaços musicais de priscas eras e extrai algo novo, significativo. Suas virtudes como violonista e cantor são apenas ferramentas na mão do compositor de melodias irretocáveis, a sua aptidão maior. Ele é o maior e talvez único intérprete capaz de dar vida às idéias espalhadas pelo trabalho.” EDSON FRANCO – FOLHA DE SÃO PAULO.

“...A abordagem do tema seminal de “ÁFRICO” nada tem de primitivista. A sofisticação do uso alterado de compassos casa-se com o suporte instrumental de atmosfera jazzística. O CD pede passagem para um autor de fala própria e talento diversificado.” TÁRIK DE SOUZA – JORNAL DO BRASIL.

“...A novidade de “ÁFRICO” está no trabalho intensivo dos ritmos, que simplesmente extrapola todas as expectativas, fazendo dançar a inteligência e as cadeiras, usando sons e palavras como elementos. O Brasil vai resolver cantar.” JOÃO PAULO – O ESTADO DE MINAS.

“...Pautado na recriação de ritmos da cultura negra, “ÁFRICO”, terceiro CD de Sérgio Santos evidencia um dos compositores mais criativos e originais em atividade no país. MILTON LUIZ – JORNAL O TEMPO – BELO HORIZONTE.

“...“ÁFRICO” é o nome de um dos mais primorosos CDs lançados nos últimos tempos. Utilizando apenas as referências africanas que todo brasileiro tem, Sérgio Santos extrapolou seu talento como artista e desbravou a África em música.” EVANIZE SYDOW – PÁGINA DA MÚSICA.

“... “ÁFRICO” é um trabalho primoroso, que já vem sendo comparado aos afro-sambas compostos por Vinícius de Moraes e Baden Powell nos anos 60. Ouça sem parar.” LUIZ CHAGAS – REVISTA ISTOÉ.

“... “ÁFRICO” não é apenas um disco agradável que encontra um belo equilíbrio entre grooves afro-brasileiros e jazzísticos. Mais que isso ele se parece com um colar de pérolas puras. Disco conceitual que é também uma coleção de canções impecáveis, suas melodias acabam nos assombrando tanto quanto a história dos descendentes dos escravos africanos assombram os grandes músicos brasileiros.” BENJAMIN MiNiMum – MONDOMIX (FRANÇA). 

“...O novo disco do cantor e compositor mineiro Sérgio Santos mergulha nas origens de toda a música popular que é feita hoje no mundo. Apesar de ter o foco voltado para a genealogia do som brasileiro, é um trabalho universal. Áfrico é um trabalho de amplitude musical infinita e de importância histórica inestimável. Sério candidato a melhor disco do ano.” TONINHO SPESSOTO – JORNAL MOVIMENTO.

Fernanda Takai (BIOGRAFIA)

Fernanda Barbosa Takai (Serra do Navio, 25 de agosto de 1971) é uma musicista e cronista brasileira. Embora ainda vocalista da banda mineira Pato Fu, Fernanda lançou-se em 2007 uma carreira solo com boa repercussão. Além de cantar, Fernanda toca guitarra, violão e compõe para a banda

Embora nascida no Amapá, Fernanda vive desde os nove anos de idade em Belo Horizonte, onde iniciou sua carreira musical. Desde pequena ouvia música, especialmente rock inglês e pop rock, embora tenha crescido, pela influência da família, com a MPB - um dos motivos que a fez produzir um disco solo em homenagem à Nara Leão. Começou a ler gibis de Maurício de Sousa, depois Monteiro Lobato e Cecília Meireles.

Fernanda Takai graduou-se em 1993 em Relações Públicas na Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo ela, se parasse sua carreira musical, exerceria a profissão.

Sua carreira musical começou quando ela entrou para a banda "Data Vênia", onde permaneceu de 1988 até ao fim do grupo em 1992. Na banda "Fernanda e 3 do Povo", assim como em "Data Vênia", não lançou nenhum disco e não alcançou repercussão. Entrou em 1991 para a banda "Sustados por 1 Gesto", que veio a ser o embrião do Pato Fu.

No Pato Fu, Fernanda alcançou popularidade como artista, instrumentista e letrista. O sucesso da banda acabou aparecendo no exterior.

Em 2001, Takai entrou na lista das 10 melhores cantoras do mundo, realizada pela revista Time. A mesma revista realizou uma outra lista com as melhores bandas do planeta, onde o Pato Fu foi inclúido ao lado de outros grupos, como Radiohead, U2 e Portishead. Formada em Comunicação pela UFMG, foi sócia de uma empresa de comunicação visual, a DMJ (esta produziu a capa dos dois primeiros discos da banda).

Fora da música, Fernanda escreve em um blog e colabora com crônicas nos jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. Em novembro de 2007 lançou pela Panda Books seu primeiro livro, Nunca Subestime uma Mulherzinha, uma reunião de crônicas e contos publicados nesses jornais. Segundo Takai escreve no livro, “[...] a gente ainda alimenta algumas idéias moldadas por um certo movimento retilíneo uniforme bobo do nosso cérebro. Pra qualquer assunto temos lá nossas considerações a fazer. E um dos seres mais agraciados com opiniões dos outros somos nós, as mulherzinhas. E o pior: também fazemos parte dessa engrenagem e, de certa forma, nos sabotamos sem querer”. Os textos são tidos como confessionais e humorísticos.

A Associação Paulista de Críticos de Arte elegeu o solo Onde Brilhem os Olhos Seus - em que Takai canta músicas do repertório de Nara Leão - como o melhor disco de MPB do ano de 2007. Sua maior característica ao lado do Pato Fu é a mistura entre o som da banda − com utilização de guitarras, efeitos eletrônicos, performances de baladas - e seu timbre de voz suave e bastante característico.

Simone Guimarães

A cantora, compositora e instrumentista Simone Guimarães nasceu em Santa Rosa de Virtebo, no interior de São Paulo, na fronteira com Minas Gerais.

Simone Guimarães é considerada uma das maiores revelações de sua geração, canta e toca desde oito anos. Venceu vários festivais e profissionalizou-se aos 19 anos, atuando nos principais palcos das cidades do nordeste paulista.

Em sua formação musical, teve influências de Tom Jobim e Villa-Lobos e suas composições variam do estilo regional ao Erudito, da Seresta à Bossa Nova. Como compositora, emplacou músicas em trilhas sonoras na televisão.

O primeiro CD solo, lançado em 1996, foi resultado de uma pesquisa em torno do fenômeno da piracema.

Participou do Songbook Tom Jobim, interpretando a música "Pato Preto", que fez parte do último disco lançado por Tom, "Antônio Brasileiro".

Em parceria com dois violonistas : Olmir Stoker, o Alemão, e Zezo Ribeiro. Gravou o disco, aínda inédito, "Cordas Versos Cordas", em 1996.

No ano seguinte veio o lançamento de "Cirandeiro", pelo qual recebeu duas indicações para o Prêmio Sharp, nas categorias Melhor Cantora e Melhor Arranjo.

O terceiro disco, "Aguapé", 1998, teve as participações de Elba Ramalho, Ivan Lins, Danilo Caymmi, Zé Renato e Maurício Maestro, nomes que incentivaram sua carreira.

Num show que fez no Rio, em 1998, Simone Guimarães recebeu para uma canja improvisada o cantor Milton Nascimento, que estava na platéia e declarou ao final: “Não tem pra ninguém. Simone é o que de melhor eu escutei nos últimos anos."

A dobradinha com o cantor foi repetida nas apresentações do show "Crooner" de Milton, em que ela apresentou-se ao lado dele para interpretar "Para John Lennon e Paul McCartney".

No Songbook Chico Buarque, fez um duo com o guitarrista Hélio Delmiro, na música Desencontro. Com Sérgio Natureza compôs "O de casa", gravada por Ivan Lins CD "Um Novo Tempo".

Heitor Branquinho

Natural de Três Pontas, berço de ícones da música brasileira como Milton Nascimento e Wagner Tiso, Heitor Branquinho, se destacaram em sua trajetória musical como cantor, compositor e multi-instrumentista.

Formado nos bares da vida, Heitor iniciou sua carreira profissional como baixista, aos 15 anos, tocando no Sul de Minas, de onde seu trabalho partiu para grandes capitais em apresentações em Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em seu primeiro CD independente, intitulado deu branco lançado em 2004, começou a se destacar também como compositor – o trabalho tem sete músicas de sua autoria e três parcerias.

Em março de 2005, cantou o jingle para a campanha publicitária do Governo do Estado, criada pela Tom Comunicação, que divulgou o turismo em Minas Gerais, com veiculação nacional e internacional em televisão e cinema.

Participou da gravação do videoclipe da música “Paciência” (Lenine/Dudu Falcão), com Milton Nascimento, Lenine e músicos trespontanos. O clipe está no DVD Pietá, de Milton Nascimento, lançado em novembro de 2006 com show no Canecão (RJ) e que recebeu o prêmio TIM de melhor DVD em 2007. Na faixa ele canta e toca violão.

No final de 2006 se juntou ao Grupo Änïmä Minas, formado para se apresentar nos eventos de lançamento do livro Travessia - A vida de Milton Nascimento (Editora Record), de Maria Dolores. A banda apresentou releituras de clássicos de Bituca (como Milton é conhecido) em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Três Pontas e São Paulo, além de participar de programas de TV.

Em 2008 lançou seu segundo CD independente, chamado “um Branquinho e um violão”. A obra foi gravada ao vivo em sua terra natal e conta com a participação especial de Milton Nascimento em duas músicas. O álbum tem ainda uma faixa bônus remix produzida pelo DJ Marcelinho da Lua. Com um belo trabalho, Heitor Branquinho se destaca na cena musical paulistana e mineira e apresenta seu segundo CD, "um Branquinho e um violão".

O título faz referência ao formato do show gravado ao vivo em Três Pontas – MG, sua cidade natal, onde o músico acompanhado pelo violão, teve como cenário o Museu do Café.

No disco, Heitor canta composições de sua autoria e conta com a ilustre participação musical do amigo e conterrâneo Milton Nascimento nas faixas "Amigo", tocando sua tradicional sanfoninha de 8 baixos, e "O que Vale É o Nosso Amor", em um belíssimo dueto vocal.

Branquinho assina também a produção do disco, mixado por André "Kbelo". O CD conta ainda com uma faixa bônus, um remix drum 'n bass da música "O que Vale É o Nosso Amor", produzido pelo DJ carioca Marcelinho da Lua.

Aline Calixto

A jovem Aline Calixto vem se destacando no cenário de samba nacional e chamando atenção do público e de importantes profissionais da crítica, pela qual é considerada uma das principais promessas da nova geração. 
Após uma bem-sucedida trajetória no cenário independente, a artista lançou, em junho de 2009, seu álbum de estréia, que recebeu o prêmio de melhor album do ano pela APCA. 
Aline Calixto tb foi duas vezes indicada ao Prêmio da Música Brasileira na categoria de melhor cantora de samba e uma vez na de melhor cantora.
Em junho de 2009, seu álbum de estreia "Aline Calixto", recebeu o prêmio: Melhor álbum pela APCA.
Duas vezes indicada ao Prêmio da Música Brasileira na categoria de melhor cantora de samba
Uma vez indicada ao Prêmio da Música Brasileira na categoria de melhor cantora.

domingo, 29 de outubro de 2017

Sérgio Pererê

Iniciado na música ainda na infância, possui formação autodidata e muito cedo chegou a ter contato com grandes músicos, como o baterista Robertinho Silva e o percussionista Marcos Suzano. Influenciado pelo blues e rock progressivo, mas sem perder as raízes afro-brasileiras, liderou a banda Avone, trabalho no qual exercitou seu talento enquanto compositor. Mais tarde, fez experimentações na área da MPB ao lado dos violonistas Meliandro Gallinari e Rafael Trapiello e da flautista argentina Andréia Cecília Romero. O quarteto formava o Grupo Pedra de Tucum, que interpretava, além de canções próprias, clássicos da MPB.

Atuou como solista no espetáculo "Fogueira do Divino", assinado por Tavinho Moura e Fernando Brant, ao lado de Sérgio Santos, Marina Machado, Claudia Vale, Alda Resende, Mariana Brant, Toninho Marra, Geovanne Sassá e Santonne Lobato, sob a regência do Maestro Nelson Aires.

Desde 1995, junto com Santonne Lobato e Giovanne Sassá forma a banda Tambolelê, com a qual lançou dois discos e já se apresentou nas principais cidades do Brasil e diversos países das Américas e Europa. Da banda, surgiu o Bloco Oficina Tambolelê, que tem sido um dos grandes destaques em Minas Gerais no trabalho sócio-cultural com jovens de periferias.

Ao lado de Wagner Tiso no Rio de Janeiro, em 2002, viveu uma grande realização em sua carreira como cantor ao interpretar as canções para Chico Rei e Santa Efigênia, anteriormente gravadas por Milton Nascimento. Como um dos compositores mais significativo das novas linhagens da MPB, Sérgio Pererê possui os CDs solos e autorais "Linha de Estrelas" (2005), "Labidumba" (2008) e "Alma Grande" (2010). Admirado por diversos artistas do cenário nacional, já teve suas composições gravadas por Ceumar, Regina Souza, Titane, Eliana Printes, Anthônio e Mauricio Tizumba, além de ser cantado por grandes nomes como João Bosco, Milton Nascimento, Chico César, Vander Lee e Fabiana Cozza, sambista paulistana que gravará canções do compositor no seu próximo disco.

No teatro, Pererê ainda foi ator-cantor nos espetáculos "Besouro, Cordão-de-Ouro" e "Bituca - O Vendedor de Sonhos", em homenagem a Milton Nascimento, ambos dirigidos por João das Neves e que excursionaram por diversas capitais do Brasil.

sábado, 28 de outubro de 2017

Zé Geraldo

José Geraldo Juste, conhecido como Zé Geraldo, (Rodeiro, 9 de dezembro de 1944) é um cantor e compositor brasileiro.

Nascido em Minas Gerais, foi criado em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, também em Minas, de onde saiu, aos dezoito anos, para estudar e trabalhar em São Paulo.

Nos anos sessenta, sofre um acidente automobilístico, que acaba com seus sonhos de jogar futebol profissionalmente. Fica internado durante um ano num hospital em Carangola, onde aprende os primeiros acordes e desenvolve o lado compositor. Durante dois anos, faz fisioterapia na cidade de Santos. Nessa mesma época, trava conhecimento de uma banda que tocava em bailes, da qual passa a fazer parte - cantando em inglês.

Na década seguinte forma-se em Administração, enquanto tocava em bailes. Após alguns anos, tendo adquirido alguma experiência de palco, decide participar de festivais de música, sem deixar o emprego de executivo. No ano de 1978, participa do Primeiro Festival de Música da Ericsson no Brasil, e alcança a vitória. É então contratado pela gravadora CBS, abandonando a carreira de executivo e abraçando a carreira artística.

Em seu álbum Terceiro Mundo, fez grande sucesso nacional com a música “Cidadão”, regravada, entre outros intérpretes, pelo paraibano Zé Ramalho e pelo cantor Sílvio Brito.

Suas canções como "Rio Doce" e "Milho aos Pombos" tornaram-se conhecidas após concorrerem nos festivais de música realizadas pela Rede Globo no início dos anos oitenta. Nesta década, devido ao fato de ser fiel ao seu estilo musical, abandona as grandes gravadoras e torna-se artista independente.

Pelo fato de ter sido criado na cidade de Governador Valadares, e portanto ter laços com a cidade, no dia 3 de julho de 2007, recebe o título de "Cidadão Valadarense". Também em decorrência disso, sua canção "Rio Doce" tornou-se o hino da cidade.

Pouco depois, lançou CD/DVD intitulado Um Pé no Mato, um Pé no Rock, no qual faz referência a suas principais influências musicais, Tião Carreiro e Bob Dylan.

Em maio de 2008, foi lançado o mais recente trabalho, intitulado Catadô de Bromélias, o qual inclui uma versão em português da música "Mr. Tambourine Man", de Bob Dylan, e uma nova parceria, com o cantor e compositor Zeca Baleiro, "Na barra do seu vestido".